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Canoagem

21/08/2018 10h17

Mundial de Canoagem

Bronze no Rio, Caio Ribeiro vai brigar por dois pódios no Mundial de Portugal

Brasileiro vai competir no caiaque e na canoa polinésia, categoria preferida do atleta e que vai integrar o programa dos Jogos Paralímpicos em 2020

Nos Estados Unidos, é comum que algumas escolas tenham um Livro do Ano. Lá, os alunos escrevem em cada temporada o que gostariam de ser quando crescerem. "O meu registro sempre foi o mesmo: me tornar medalhista olímpico", recorda o carioca Caio Ribeiro, que fez parte de seus estudos no país estrangeiro. Com o foco original em atletismo e futebol, ele precisou mudar de planos em julho de 2011. Um grave acidente de moto fez com que ele perdesse parte da perna esquerda.

"É um longo período de preparação, mas nem sempre é só treinar. Primeiro, a gente se prepara para fazer bons tempos nos mundiais. Todo detalhe faz diferença porque nossas provas são definidas por milésimos"
Caio Ribeiro

No período de recuperação e fisioterapia, descobriu a canoagem paralímpica. E foi na água e com os remos na mão que ele tornou realidade os escritos reincidentes de seu Livro do Ano. Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, ele conquistou o bronze no caiaque individual (KL3). Na sequência para tentar subir novos degraus em Tóquio, 2020, Caio tem um ponto de referência estratégico. Ele é um dos 16 atletas brasileiros no Mundial de Canoagem e Paracanoagem, realizado na cidade portuguesa de Montemor-o-Velho, de 22 a 26 de agosto.

Segundo colocado no ranking mundial, Caio vai disputar, além do KL3, a canoa polinésia (V1-VL3), modalidade que estará no programa paralímpico em Tóquio 2020 e é a preferida do atleta. A competição ainda não é classificatória para o Japão, mas é uma etapa importante para a preparação dos canoístas para o Mundial de 2019, na Hungria, que vale vaga para os Jogos Paralímpicos.

Mundial de Canoagem e Paracanoagem 2018

"É um longo período de preparação, mas nem sempre é só treinar. Primeiro, a gente se prepara para fazer bons tempos nos mundiais. É uma chance de ter experiências novas e de fazer ajustes. Todo detalhe faz diferença porque nossas provas são definidas por milésimos", ressalta.

No penúltimo dia de treinos, na segunda-feira (20.08), Caio testou uma nova canoa polinésia com ajustes feitos pelo treinador dele, o húngaro Akos Agyal. "A ambientação dos atletas no local da competição é fundamental. Canoas e caiaques usados pelos atletas da paracanoagem, por exemplo, precisam de adaptações. A gente recebe o barco sem os equipamentos específicos. No caso do Caio, é necessário colocar um suporte para a perna amputada. Depois de ajustar, é hora de treinar, e mesmo assim há o risco de não dar certo", aponta Agyal.

Último treino

Nesta terça-feira (21.08), os 16 atletas que representam o Brasil em Montemor-o-Velho fizeram o último treino antes da competição. No primeiro dia de provas, entram na raia apenas os atletas da Paracanoagem. Na quinta (23.08), têm início as eliminatórias da Canoagem Velocidade. Sexta-feira (24.08) e sábado (25.08), a disputa vai ser mista e, no último dia (26.08), haverá apenas as finais da Canoagem Velocidade.

Cristiane Rosa, de Montemor-o-Velho, em Portugal - rededoesporte.gov.br