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Saltos ornamentais

09/08/2016 22h25

Saltos ornamentais

Brasileiras falam em separação após final da plataforma sincronizada

Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso terminaram em oitavo lugar e pretendem seguir caminhos distintos depois dos Jogos Olímpicos

A final da plataforma de 10 metros sincronizada feminina dos saltos ornamentais, nesta terça-feira (09.08), no Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, marcou a separação da dupla formada pelas brasileiras Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso. Após a prova, em que somaram 280.98 pontos e ficaram com o oitavo lugar, as duas afirmaram que devem seguir caminhos diferentes daqui para frente. Ambas falaram em focar no individual depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Antes das Olimpíadas, as saltadoras, que no Pan de Toronto 2015 conquistaram uma prata na prova, haviam brigado e chegaram a ficar sem se falar, mas estabeleceram uma trégua para o Rio 2016. “A gente teve uma briga não sei por que e não estava se falando. Mas na hora da competição a gente se juntou, porque é um momento único, Olimpíada em casa. Deixamos as diferenças para trás e nos falamos normalmente. A partir de hoje não sei o que vai acontecer, mas sei que eu não vou mais saltar sincronizado com ela”, disse Ingrid após a competição. As duas conversaram com os jornalistas separadamente.

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Ingrid e Giovanna durante a competição no Rio, em que ficaram em oitavo: caminhos distintos a partir de agora. Foto: Getty Images

Giovanna preferiu deixar a decisão com os técnicos, mas admitiu que pretende focar no individual para os Jogos de Tóquio, em 2020. “Essa briga começou no treino, porque eu queria fazer um salto e ela queria fazer outro. Eu não sei se vamos continuar. Tem que perguntar para os técnicos, porque quem decide são eles. Eu e meu técnico já conversamos e depois das Olimpíadas vou focar no meu individual. É bom porque não vou precisar depender de ninguém. Então vou conseguir melhorar e evoluir mais”, afirmou.

Para Ingrid, o fato de que cada uma defende um clube atrapalha. “Ela treina no Botafogo e eu treino no Fluminense. Então não está legal isso. Acho melhor a gente se separar e eu focar no meu individual, que sempre foi meu grande objetivo”, explicou a saltadora, que volta a competir nos Jogos Rio 2016 na quarta-feira (17.08), na plataforma individual de 10m.

Embora tenham dito que a briga não atrapalhou na performance olímpica, as saltadoras admitiram que esperavam uma colocação melhor. “A gente vai conversar, mas acho que nós fomos bem profissionais. Acho que no geral foi uma competição boa. A gente queria ficar de quinto para cima, mas no geral o que a gente saltou não foi ruim, não teve nenhuma besteira gigantesca”, disse Ingrid.

A atleta carioca vê o penúltimo dos cinco saltos da final como o mais fraco, que definiu o resultado da dupla brasileira. “Pecamos em um salto que já estava pegando nos treinos, que não estava saindo muito bem, nem bem sincronizado, que foi o penúltimo, mas faz parte. Fizemos o que a gente estava treinando, mas ela já escorregou, quase bateu a cabeça, eu quase bati a cabeça nesse salto, então ficou meio receoso”, explicou.

O apoio da torcida brasileira no Maria Lenk e a emoção de disputar uma Olimpíada em casa foi o único ponto em que Ingrid e Giovanna concordaram 100%. “Eu achei que estaria muito nervosa na minha primeira Olimpíada, em casa, com a torcida a meu favor. Mas eu fiquei bem confortável, ouvi todo mundo gritando, mas estava bem focada. Acho que para o meu individual foi uma preparação e tanto, porque geralmente é uma prova mais tensa, você não tem ninguém para te ajudar do seu lado”, opinou. “Acho que a torcida me ajudou bastante, gostei da energia deles, de tudo”, completou Giovanna.

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Pódio da plataforma de dez metros sincronizada. Chinesas levaram o ouro, seguidas pelas duplas da Malásia e do Canadá. Foto: Getty Images

Água verde

A cor da água da piscina dos saltos ornamentais chamou bastante a atenção nesta terça-feira. Esverdeada, ela contrastava com o azul claro da piscina ao lado, que recebe as competições de polo aquático. O problema apareceu de repente e o Comitê Rio 2016 soltou um comunicado no Twitter, na noite desta terça-feira, dizendo que a causa ainda estava sendo apurada, mas que testes foram feitos e não havia risco para a saúde dos atletas.    

“A gente estava treinando mais cedo e a água já estava meio estranha. Aí quando a gente voltou, a água estava verde, igual um lago. Já teve uma vez que aconteceu isso, mas não foi aqui no Maria Lenk, foi em Brasília, e falaram que a bomba tinha quebrado. Então acho que aconteceu a mesma coisa aqui, mas não atrapalhou não”, garantiu Ingrid Oliveira.

A britânica Tonia Couch, que ficou em quinto lugar ao lado da parceira Lois Toulson, até brincou com a cor da água. “É tão verde! Mas conseguimos nossa melhor nota, então talvez devêssemos pedir piscina verde daqui para frente. Eu até que gostei”, disse.

No final da competição, o ouro ficou com as chinesas Chen Ruolin e Liu Huixia, que somaram 354.00 pontos. No segundo lugar do pódio subiram Pandelela Rinong e Cheong Jun Hoong, da Malásia, com pontuação final de 344.34. As canadenses Meaghan Benfeito e Roseline FIlion somaram 336.18 e garantiram o bronze. 

Mateus Baeta - brasil2016.gov.br