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Atletismo

15/09/2016 20h33

Futebol de 5

Brasil vence a China de virada com atuação de gala de Jefinho. Decisão será contra o Irã

Festejado pela torcida, que colocou o camisa 7 da seleção de futebol de 5 acima de Neymar, brasileiro anota dois golaços em roteiro semelhante ao do título Mundial de 2014

Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br

Atualizada às 22h30

“Jefinho é melhor que Neymar!”. O canto da torcida brasileira após a vitória da seleção de futebol de 5 na semifinal dos Jogos Rio 2016 mostra quem foi o nome da partida. Autor dos dois gols da vitória por 2 x 1 sobre a China, o camisa 7 chamou a responsabilidade e decidiu a classificação da equipe para a quarta final seguida. O Brasil é o único campeão paralímpico da modalidade, que estreou na edição de Atenas 2004, e tentará manter a hegemonia na decisão do próximo sábado (17.09), a partir das 17h, contra o Irã. 

“Para mim é gratificante ser comparado a um grande jogador igual ao Neymar, nosso melhor jogador na atualidade”, respondeu, sorrindo. “Fico feliz com isso, porque é sinal de que estou fazendo um grande trabalho, estou correspondendo à expectativa da torcida e pude ajudar com os gols hoje”, completou o ala direita.

Um roteiro parecido ao que a equipe enfrentou no Mundial de 2014, no Japão, quando venceu de virada os chineses na semifinal e depois superou a Argentina na decisão. “Por mim, se der para repetir o roteiro, eu assino agora, que aí seremos campeões”, brincou Ricardinho, que foi o autor dos dois gols da vitória contra a China, há dois anos.

Horas mais tarde os argentinos decidiram a vaga para a disputa do ouro contra o Irã. Após o placar ficar em branco no tempo normal e na prorrogação, os iranianos levaram a melhor por 2 x 1 nos pênaltis e carimbaram o passaporte para a final. O Brasil enfrentou os asiáticos na primeira fase e ficou no 0 x 0.

Ricardinho tenta levar time do Brasil à frente no início do jogo. Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br

Na tarde de hoje, a seleção saiu atrás no placar após cobrança de falta a favor dos chineses aos 13 minutos de jogo. O meio campista Yafeng Wang recebeu o toque curto, levou para o meio e chutou forte da entrada da área, no canto direito do goleiro Luan. Naquele momento, Ricardinho estava sendo atendido no vestiário após sofrer uma falta sete minutos antes.

“Foi um lance em que eu parei a bola para definir se ia tocar ou arrancar para o drible e ele se jogou para cima de mim. Não sei se foi intencional, mas foi uma falta para cartão e infelizmente me cortou”, descreveu o ala esquerdo, que recebeu vários pontos na testa. Ele soube do gol enquanto recebia cuidados médicos. “Estava louco para voltar, mas sabia que nosso time é experiente”.

Sem um dos craques da equipe, sobrou para Jefinho o papel de protagonista. Ele não decepcionou e fez dois golaços, o primeiro ainda na etapa inicial. Aos 20 minutos o camisa 7 conduziu a bola pelo meio, driblou o primeiro e abriu o ângulo para o chute tirando a marcação. Mesmo caindo ele acertou o canto direito do goleiro chinês. A bola ainda bateu na trave antes de entrar. “A gente sabe que 1 x 0 contra e com um jogador como o Ricardinho, o melhor do mundo, fora, é complicado. Quem está na arquibancada começa a pensar se vamos conseguir, mas pude corresponder à altura e contribuir com essa vitória”, contou o artilheiro.

Futebol de 5 - jogos Paralímpicos Rio 2016 - 15.09.2016

O Brasil continuava mantendo o domínio do confronto, arriscando mais e ameaçando nos chutes de Jefinho e do atacante Nonato. A China, por sua vez, levava perigo nos contra-ataques puxados pelos velozes meias Zhoubin Wang e pelo capitão Yafeng, autor do primeiro gol.

Foi quando, aos quatro minutos da etapa complementar, Jefinho apareceu novamente. Ele arrancou detrás do meio campo, driblou o primeiro marcador, levou a bola da direita para o meio, abrindo a linha com três defensores, e soltou a “bomba” no ângulo direito do arqueiro adversário.

“Tive essa felicidade, aproveitando um contra-ataque em que a defesa deles estava descompactada. Deu certo e eu pude fazer a jogada correta. O auxílio do chamador (membro da comissão técnica que fica atrás do gol adversário orientando os jogadores) foi muito importante também na hora da finalização”, detalhou Jefinho.

Jefinho comemora segundo gol. FOto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br

Com Ricardinho de volta para a partida desde a metade do primeiro tempo, usando uma proteção na cabeça, o técnico Fábio Vasconcelos alternou a formação do time, ora com o camisa 10 em campo, ora com Jefinho, após a seleção passar à frente no placar. “A China é muito rápida e se a gente abrir eles acham espaço. Então preferi dar uma segurada, revezando um com o outro, porque o desgaste é grande e para ter um time mais forte, mais bem plantado, e impedir as investidas da China”, explicou o treinador.

A estratégia deu certo, a equipe continuou mais perigosa que os adversários e se segurou bem na defesa até o apito final. Festa da torcida que lotou o estádio, montado na quadra 1 de tênis do Parque da Barra. “A gente sente uma alegria tão grande, porque é muito tempo de treinamento e concentração para um ciclo de quatro anos. Então chegar no primeiro objetivo, que é a final, representa tirar 50% do peso que tínhamos nas costas. Agora é jogar mais leve e fazer de tudo para segurar esse ouro”, analisou o zagueiro Cássio Reis.

Campanhas

Grupo A
Brasil 3 x 1 Marrocos
Irã 0 x 0 Turquia
Brasil 2 x 0 Turquia
Irã 2 x 0 Marrocos
Brasil 0 x 0 Irã

Semifinal
Brasil 2 x 1 China
Irã 0 x 0 Argentina (2 x 1 nos pênaltis)

Gabriel Fialho – Brasil2016.gov.br