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Atletismo paralímpico

19/07/2017 11h06

Atletismo paralímpico

Brasil tem seu melhor dia no Mundial de Atletismo Paralímpico em Londres e fatura cinco medalhas

Izabela Campos, André Rocha, Mateus Evangelista, Rodrigo Parreira conquistaram um bronze, três pratas e um ouro nesta terça-feira. Brasil volta a competir hoje no Estádio Olímpico

O Brasil experimentou, nesta terça-feira (18.07), o seu melhor dia no Mundial de Atletismo Paralímpico de Londres. Os atletas do país conquistaram cinco medalhas nas duas sessões do dia e fizeram com que a equipe saltasse para a sexta colocação no quadro geral de medalhas do evento, disputado no Estádio Olímpico. A equipe verde e amarela está atrás apenas de China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Tunísia e Ucrânia. A competição se estenderá até o domingo (23.07).

O dia de destaque dos brasileiros teve início pela manhã. Izabela Campos, atleta beneficiada com a Bolsa Pódio, foi a primeira medalhista, com o bronze no lançamento de disco F11 (cego total), com a marca de 31,83m. Em seguida, foi a vez de André Rocha, que brilhou e conquistou o ouro na mesma prova, mas da classe F52. Ele registrou 23,80m e bateu o próprio recorde mundial (23,24m), que havia sido estabelecido na etapa de Berlim do Grand Prix do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês). André recebe a Bolsa Atleta, na categoria internacional.

Mateus Evangelista foi o segundo colocado nos 200m T37 (paralisados cerebrais). Foto: IPC

Na parte da noite em Londres, a primeira medalha veio com Mateus Evangelista. O atleta de Rondônia, outro beneficiado com a Bolsa Pódio, foi o segundo colocado nos 200m T37 (paralisados cerebrais), com o tempo de 23s41. Aos 23 anos e fazendo sua estreia em Mundiais de Atletismo, ele foi superado apenas pelo sul-africano Charl Du Toit, que venceu com 23s27. Completou o pódio o argelino Sofiane Hamdi (23s94).

“Essa medalha foi conquistada na raça. Tentei buscar o sul-africano todo o tempo, mas não deu no fim. De qualquer forma, foi uma prova excelente e estou muito satisfeito”, avaliou Mateus, cujo lado direito do corpo tem os movimentos limitados por falta de oxigenação no cérebro na hora do parto.

Em seguida, foi a vez de Rodrigo Parreira. Vice-campeão paralímpico do salto em distância T36 (paralisados cerebrais), ele conseguiu a mesma posição em solo londrino. Rodrigo saltou 5,55m em sua quinta tentativa, ficando a apenas oito centímetros do ucraniano Roman Pavlyk (5,63m). O bronze foi do atual campeão paralímpico, Brayden Davidson, da Austrália, com 5,39m.

“Foi uma prova decidida no detalhe. O atleta da Ucrânia acertou este salto e acabou vencendo a prova. Eu estou feliz, de qualquer forma. Quando olho para trás, vejo que há grandes saltadores aos quais superei, então fico muito satisfeito. Não é fácil chegar até aqui”, afirmou o goiano, de 22 anos, também beneficiado com a Bolsa Pódio. 

Por fim, Izabela Campos voltou à ação e conseguiu mais uma medalha, agora uma prata no lançamento de dardo F11 (cegos totais). Após queimar as suas cinco primeiras tentativas, a atleta encaixou seu último lançamento para obter a marca de 24,90m. O suficiente para superar todas as suas adversárias, menos a chinesa Huimin Zhong, que venceu com 26,05m. Ness Murby, do Canadá, atingiu 23,69m e ficou com o bronze.

“Eu decidi ir pra cima e não deixar escapar a medalha. Eu sabia que poderia fazer muito mais do que tinha conseguido, mas não havia encaixado ainda. Eu aprendi, verdadeiramente, a me controlar durante uma situação de adversidade. Estou saindo muito feliz”, disse Izabela, que perdeu a visão aos 18 anos, vítima de sarampo.

Outros brasileiros também competiram nesta terça-feira. Paulo Henrique Reis ficou com a sétima posição do salto em altura T13 (baixa visão), com a marca de 1,74m. Gustavo Araújo, por sua vez, foi o quinto colocado nos 200m T13, com o tempo de 22s51. Mesma posição de Edson Pinheiro nos 200m T38 (paralisados cerebrais), que cumpriu a distância em 23s56. Ariosvaldo Fernando ficou com o oitavo posto na final dos 400m T53 (cadeirantes), com 52s22.

Três atletas do país foram desclassificados em suas respectivas disputas: Daniel Mendes (400m T11) e Renata Bazone (800m T11), sob alegação de terem sido puxados pelos atletas-guia. Já Jhulia Santos concluiu a prova dos 100m na segunda colocação, mas foi desclassificada. Minutos antes, ela e o guia Newton Júnior fizeram a largada da eliminatória dos 800m, mas abandonaram 60 metros após a partida. A arbitragem do Mundial entendeu que tratou-se de uma atitude antidesportiva e, por este motivo, invalidou o resultado da atleta natural do Pará nos 100m.

Quarta-feira

Confira, abaixo, a participação dos brasileiros nesta quarta (19.07), sexto dia do Mundial de Londres. O SporTV anuncia a transmissão das provas a partir das 15h. O perfil do CPB no Facebook também exibirá, via streaming, ao vivo, toda a programação do dia.

Esta é a oitava edição do Mundial de Atletismo Paralímpico. Cerca de 1.300 atletas de 100 países disputam as 213 medalhas, todas no Estádio Olímpico de Londres. Em 2015, em Doha, no Catar, o Brasil ficou com a sétima colocação no quadro geral de medalhas do evento. Foram oito medalhas de ouro, 14 de prata e mais 13 de bronze.

Programação dos brasileiros - quarta-feira (19.07)
15h18 - Mateus Evangelista (semifinal dos 100m T37)
15h58 - Fabrício Júnior (eliminatórias dos 200m T12)
16h20 - Michel Abrahame (final do salto em distância T47)
17h02 - Petrúcio Ferreira (final dos 400m T47) - caso avance
17h35 - Fábio Bordignon (final dos 200m T35)

*Horário de Brasília

 Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro