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Volei

15/07/2015 19h00

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Brasil perde para a França na estreia e se complica na Liga Mundial

Aspectos testados para os Jogos Rio 2016 durante a partida foram bem avaliados por torcida, jogadores e comissão técnica

Maracanãzinho recebeu quase cinco mil pessoas. Foto: Heusi Action

Atualizada às 19h20

Não foi como os brasileiros queriam. A estreia em casa na fase final da Liga Mundial terminou com derrota para a França por 3 sets a 1 (29x27 / 21x25 / 29x31 / 19x25), diante de um Maracanãzinho com quase cinco mil pessoas. Erros em momentos cruciais e queda de produtividade pesaram contra o Brasil, enquanto o saque eficiente e uma defesa sólida fizeram a diferença para os europeus.

“A nossa virada de bola, ou seja, a nossa recepção e o ataque após o saque deles foram abaixo dos nossos padrões. Eles têm um sistema de defesa muito forte que vem incomodando há muitos anos e hoje funcionou muito bem. Não fomos eficazes no nosso ataque e, no saque, erramos em momentos importantes, como no terceiro set”, avaliou Murilo.

“O saque deles foi mais decisivo. Erramos três saques em sequência no final do terceiro set e tiramos a pressão deles. No quarto set, entramos com postura diferente. Não podemos mostrar desânimo, baixar a qualidade em jogos de equipe de alto nível. Não aproveitamos as oportunidades que tivemos e eles souberam aproveitar”, disse o técnico Bernardinho.

O resultado força o Brasil a ganhar dos Estados Unidos nesta quinta-feira (16.07) para continuar com chances de ir à semifinal da competição. “A gente tem que encarar com uma final. Se perder, estamos fora da competição e não jogamos nem no final de semana. Se a gente quiser ser campeão, tem que ganhar três finais a partir de amanhã, e a primeira é contra os Estados Unidos”, reforçou Murilo, em referência à partida marcada para 14h05.

Foto: Heusi Action

Evento-teste

As finais da Liga Mundial funcionam como evento-teste para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Estão sendo observados os trabalhos dos voluntários em quadra, como boleiros e enxugadores de quadra, e o sistema de entretenimento – sobretudo DJ e e locutores. Também estão sendo testados os procedimentos para exames antidoping, a montagem da quadra e, de forma não-oficial, o sistema de resultados.

Para Bernardinho, não há o que reclamar. “Tudo correu muito bem. Todos envolvidos se portaram da forma precisa. A organização, os voluntários, tem que elogiar porque a qualidade do evento está muito alta”, disse.

O trabalho dos locutores e as músicas encantaram a produtora de eventos Vânia Moura. “Está animado, o som está bem nítido, o DJ está super bem”, avaliou, durante a partida.

Rede tecnológica

O que mais chamou a atenção de Vânia e de boa parte dos torcedores foi a rede tecnológica. Pela primeira vez em finais da Liga Mundial, está sendo usada uma rede com leds que funciona como um telão. Ela foi desenvolvida por mais de um ano e é parte do investimento da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) em inovação. Os leds ficam armazenados dentro de um material que não sofre danos e não oferece risco aos atletas.

Durante a partida, a estrutura funciona como uma rede normal de vôlei. A tecnologia é acionada nos intervalos. Bandeiras dos países em quadra, outras imagens e mensagens curtas foram veiculadas ao longo desta quarta-feira, antes e após os jogos, e quando as partidas estavam paradas.

“Nunca tinha visto uma rede assim, e olha que eu venho sempre a jogos de vôlei. Adorei!”, disse Vânia. “As imagens na rede são incríveis. São detalhes como esse que fazem a diferença para o público”, acrescentou o ator Rodrigo Morura.

Segundo a FIVB, também há a possibilidade de mostrar estatísticas de jogo, mas isso não ocorreu durante o primeiro dia de finais no Maracanãzinho. A rede poderá ser usada nos Jogos Rio 2016. Até lá, os jogadores terão mais tempo para se familiarizar com a nova tecnologia.

“A rede em si, ficou mais grossa. Precisa de tempo para se acostumar com isso, com as referências, a fita está mais dura, a bola às vezes não está subindo. É questão de acostumar, mas foi para todos os times. O jogo está evoluindo e a gente precisa entender isso também. Não acendendo durante o jogo, já é bom pra gente”, explicou o jogador Murilo.

A rede tecnológica foi um dos atrativos do jogo. Foto: Heusi Action

O Jogo

No ataque de Isac, o Brasil fez o primeiro ponto do jogo, e ele mesmo bloqueou para garantir o segundo.  Um belo rali terminando favorável aos donos da casa e deixou o placar em 8/5 no primeiro tempo técnico. Com o  bloqueio funcionando bem, a vantagem brasileira chegou a 16/10. Lucarelli colocou no chão e levou para 19/15, mas o experiente francês Ngapeth, sempre provocando e atacando de um jeito bastante peculiar, pontuou bem para a equipe francesa. O Brasil abriu importante vantagem de cinco pontos quando estava 23/18, mas isso não abalou os franceses. Com o saque eficiente, a França encostou em 23x21. O Brasil teve o primeiro set point (24/21), só que os franceses conseguiram empatar em 24/24 e a equipe da casa só conseguiu definir em 29/27.

O início do segundo set já começou com um belo rali e o primeiro ponto brasileiro. O placar seguiu apertado com sucessivos empates até que Lucão fez a diferença no bloqueio, com três pontos, e levou o Brasil para o tempo técnico com 8/6. O set seguiu bem equilibrado e chegou a 18/18. Atacando com inteligência e com a eficiência do saque se confirmando, os adversários abriram 19/22. O Brasil ainda chegou ao 21º ponto, mas a França fechou em 21/25.

A qualidade do saque francês fez diferença. Foto: Heusi Action
A terceira etapa não teve vantagem de mais de dois pontos pra nenhuma das equipes. Foi um set intenso, apertado, em que até a tecnologia fez a diferença. A França abriu vantagem em 10/12. O que poderia ter sido o 13º ponto francês foi revertido pelo desafio de vídeo, mostrando o saque de Isasc dentro de quadra: 12/12. O Brasil cresceu em quadra e conseguiu novo empate em 15/15, mas a Franca foi para o segundo tempo técnico na frente: 15/16. A disputa se estendeu até o 31º ponto francês: 29/31, na parcial em que erros de saque na reta final foram cruciais para o Brasil.

No quarto set,  o equilíbrio que marcou a partida parou no segundo tempo técnico, 14/16, sendo que o 16º ponto francês foi obtido outra vez em função do desafio de vídeo, que mostrou um toque de Lipe na rede. A partir daí o Brasil perdeu volume de jogo e cometeu diversos erros, sobretudo na recepção e na defesa. A França aproveitou e fechou o set em 19/25 e o jogo, em 3x1.

“O que fez a diferença foi o serviço. Sacamos muito bem e defendemos muito bem também. O coletivo hoje foi o mais forte”, disse o francês Antonin Rouzier, o maior pontuador do jogo, com 25 pontos, e que também comentou a importância de jogar no Maracanãzinho.

“É um belo ginásio, é ótimo jogar em um ambiente como este. É importante estar aqui um ano antes dos Jogos, para “reconhecer o terreno”. Sabemos que a classificação será super difícil, mas é muito bom jogar aqui neste momento”, acrescentou.

Bloqueio da equipe europeia supera ataque brasileiro. Foto: Heusi Action

Depois de Brasil x França, foi a vez de Sérvia e Itália se enfrentarem. O jogo foi para o tie break e os italianos levaram a melhor. As parciais foram 23x25 / 25x14 / 23x25 / 25x20 / 9x15.

Tabela

Quinta-feira (16.07)
14h05 - Brasil x Estados Unidos
16h05 - Polônia x Itália

Sexta-feira (16.07)
14h05 - Estados Unidos x França
16h05 - Sérvia x Polônia

Sábado (18.07)
10h00 - Semifinal 1
12h05 - Semifinal 2

Domingo (19.07)
9h10 - Disputa do terceiro lugar
11h30 - Final

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br