Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Brasil conquista a prata do primeiro Mundial por Equipes Mistas de judô

Judô

03/09/2017 14h15

Judô

Brasil conquista a prata do primeiro Mundial por Equipes Mistas de judô

Brasileiros venceram Polônia, Canadá e Rússia nas preliminares e só não passaram pelo Japão na final deste domingo, em Budapeste. Formato será olímpico em Tóquio 2020

Após conquistar quatro medalhas nas disputas individuais, o Brasil garantiu seu quinto pódio neste domingo (03.09), ao chegar à final do inédito Mundial Por Equipes Mistas de Judô, prova que estreará em Olimpíadas nos Jogos de Tóquio 2020. Na decisão contra a forte seleção do Japão, o Brasil ficou com a medalha de prata e encerrou sua melhor participação em Mundiais fora de casa, com um ouro, duas pratas e dois bronzes no total. 

Onze atletas foram inscritos para a única prova coletiva do Mundial: Érika Miranda (57kg), Rafaela Silva (57kg), Maria Portela (70kg), Maria Suelen Altheman (+70kg), Beatriz Souza (+70kg), Marcelo Contini (73kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), Victor Penalber (90kg), Eduardo Bettoni (90kg), Rafael Silva (+90kg) e David Moura (+90kg).

Time brasileiro no Mundial Por Equipes Mistas: resultado em torneio histórico no novo formato, que será disputado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos em Tóquio 2020. Foto: Paulo Pinto/CBJ

Nas preliminares, os seis judocas escalados para os duelos iniciais venceram 14 das 18 lutas disputadas. A equipe superou a Polônia e o Canadá por cinco a um para avançar à semifinal. Na sequência, o Brasil bateu a Rússia por 4 a 2 e classificou-se para a primeira decisão do Mundial por Equipes da história.

Na final, o Japão trouxe seus principais atletas, quatro deles medalhistas de ouro ou prata neste Mundial no individual, e não deu chances à equipe brasileira, vencendo todos as seis lutas.

Oitavas de final: Brasil 5 x 1 Polônia

O primeiro adversário foi a Polônia em duelo válido pelas oitavas de final. Para este combate, a seleção foi escalada com Rafaela Silva (57kg), Marcelo Contini (73kg), Maria Portela (70kg), Eduardo Bettoni (90kg), Maria Suelen Altheman (+70kg) e David Moura (+90kg).

A campeã olímpica abriu o duelo com vitória por waza-ari e Marcelo Contini (73kg) ampliou a vantagem com uma vitória por ippon. Maria Portela (70kg) imobilizou Karolina Talach por 20 segundos e marcou o terceiro ponto brasileiro. Eduardo Bettoni (90kg) jogou Piotr Kuczera por um waza-ari, marcou o quarto ponto e garantiu o Brasil nas quartas. Maria Suelen Altheman (+70kg) também imobilizou Anna Zaleczna até o ippon e aumentou o placar para 5 a 0. A Polônia conseguiu um ponto de honra no último combate com Maciej Sarnacki imobilizando David Moura por 20 segundos. Resultado final: Brasil 5 x 1 Polônia.

Quartas de final: Brasil 5 x 1 Canadá

Novamente, Rafaela Silva abriu o confronto, mas caiu de waza-ari para Jessica Klimkait. Marcelo Contini levou um waza-ari de Antoine Bouchard, respondeu com outro e imobilizou o adversário no golden score para empatar a disputa. Maria Portela, também no golden score, superou Kelita Zupancic por um waza-ari e Victor Penalber ampliou a vantagem para 3 a 1, com dois waza-aris sobre Louis Krieber Gagnon (90kg). Maria Suelen imobilizou Portuondo na quarta luta e garantiu o Brasil na semifinal com o quarto a um. Por fim, Rafael Silva jogou Kyle Reyes por waza-ari e fechou o placar. 

Semifinal: Brasil 4 x 2 Rússia

Rafaela Silva começou bem, com vitória por um waza-ari sobre Anastasiia Konkina. Na segunda luta, Eduardo Katsuhiro (73kg) forçou uma punição por passividade a Uali Kurzhev, no golden score, e fez o segundo ponto do Brasil. Em luta equilibrada no terceiro encontro, Maria Portela (70kg) foi paciente para finalizar Alena Prokopenko no quarto minuto do golden score, imobilizando a adversária por 20 segundos (ippon). A Rússia diminuiu, com Igor Igolnikov jogando Penalber de ippon, mas Maria Suelen Altheman, em grande forma, pontuou com um waza-ari e, na sequência, imobilizou Sokolova, anotou sua terceira vitória por ippon e garantiu o Brasil na final. Renat Saidov superou Rafael Silva na última luta, mas já era tarde. Brasil 4, Rússia 2.

Final: Brasil 0 x 6 Japão

O primeiro duelo foi entre duas gigantes. A campeã olímpica Rafaela Silva e a vice-campeã mundial Tsukasa Yoshida. No tempo normal, a luta terminou empatada nas punições (2-2) e, depois de mais de dois minutos de golden score, Rafaela foi imobilizada pela japonesa.

No segundo combate, Marcelo Contini (73kg) encarou o campeão mundial Soichi Hashimoto, que pontuou com um waza-ari e ampliou a vantagem. O Japão abriu três a zero com Chizuru Arai que fez luta parelha com Maria Portela e venceu pela vantagem mínima de uma punição no golden score. Kenta Nagasawa (90kg) forçou três punições a Victor Penalber e marcou o quarto ponto japonês, já garantindo o ouro.

Em seguida, Maria Suelen Altheman (+70kg) foi imobilizada pela vice-campeã mundial Sarah Asahina. No último combate, Rafael Silva (+90kg) sofreu o waza-ari com dois minutos e meio de golden score com Takeshi Ojitani, fechando o placar em seis a zero para os japoneses.

Entenda a competição por equipes mistas

Neste tipo de prova, cada confronto entre países tem seis lutas. Vence o duelo o país que tiver o maior número de vitórias individuais. O primeiro critério de desempate é o número de vitórias por ippon e o segundo é o número de vitórias por waza-ari. Se ainda assim o empate permanecer, será sorteada uma categoria de peso para fazer a luta final de desempate no formate de golden score, ou seja, o atleta que obtiver a primeira vantagem, mesmo que seja apenas uma punição, vence.

É a primeira vez que Federação Internacional de Judô está testando esse modelo de disputa com equipes formadas por homens e mulheres. O evento já está confirmado no programa oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, também de forma inédita.

Antes, as provas por equipes era separadas por gênero e não eram disputadas nas Olimpíadas. Nesse formato, o Brasil tem quatro pratas e dois bronzes, no masculino, além de um bronze e uma prata, no feminino.

Fonte: Confederação Brasileira de Judô