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Atletismo

17/02/2018 23h03

PyeongChang 2018

Brasil compete pela primeira vez em Olimpíadas no 2-man do bobsled neste domingo

Dupla formada por Edson Bindilatti e Edson Martins fará duas descidas valendo classificação nos Jogos Olímpicos de Inverno. Saiba mais sobre o esporte

 

Após mais de duas semanas em solo coreano, chegou a hora de a equipe brasileira de bobsled acelerar ao máximo. Neste domingo (18.02), a partir das 8h (de Brasília), tem início a competição do 2-man (trenó de duas pessoas) dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018, no Olympic Sliding Centre. A dupla brasileira, formada pelo piloto Edson Bindilatti e pelo pusher/breakman Edson Martins, conseguiu classificar pela primeira vez o país para a prova de duas pessoas. 

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A dupla brasileira será a primeira a descer neste domingo. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Com uma rotina diária de treinos físicos, descidas na pista de gelo e horas de ajuste e manutenção do trenó, a ansiedade para a estreia não assolava o divertido e unido quinteto que representa o país na Coreia do Sul. Além de Edson Bindilatti e Martins, o trenó 4-man conta também com Odirlei Pessoni e Rafael Souza - e o reserva Erick Vianna. "O bobsled é um esporte que exige muita força, tanto para o momento da competição em si quanto para o dia a dia, pois temos que carregar os trenós e lâminas para cima e para baixo, levar equipamento e fazer a manutenção. É uma rotina trabalhosa", explica Pessoni. Saiba mais sobre a rotina da equipe em matéria especial da Rede do Esporte.

"A pista está bem rápida. Ontem (sexta-feira) fomos rápidos, mas não gostei da minha pilotagem. Hoje (sábado) já fui melhor e ainda mais rápido na segunda descida do dia. Ainda faltam alguns detalhes e também achar a melhor lâmina [peça do trenó que fica em contato com o gelo] para usar na competição", afirmou Edson Bindilatti.

Na última quinta-feira (15.02), a equipe participou de uma transmissão ao vivo na página da Rede do Esporte no Facebook. Confira como foi:

 

Nos Jogos Olímpicos, as medalhas são disputadas em quatro descidas, divididas em dois dias. Todos os trenós de cada modalidade fazem três descidas e, com tempo somado, os 20 melhores classificados fazem uma quarta tentativa, que define o pódio e a classificação final. O conjunto com o menor tempo total fica com o ouro.

Neste domingo, as duplas descem duas vezes. Na segunda, a partir das 8h, há a terceira e a quarta descidas. "Durante os treinos ficamos entre os 20, deixando para trás equipes que costumavam ficar muito na nossa frente", disse Bindilatti.

Todos os integrantes da delegação brasileira em PyeongChang são apoiados pelo programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte

"No evento-teste da pista, em 2017, a diferença do primeiro para o 22º lugar, que fomos nós, foi de oito décimos de segundo. Com quatro décimos a menos, ficaríamos no Top 10. Com isso, acredito que temos performance para ficar no Top 15 aqui em PyeongChang", afirma Matheus Figueiredo, presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, que está acompanhando de perto os atletas do bobsled e a patinadora Isadora Williams.

Evolução

O bobsled brasileiro deu um salto em qualidade significativo nos últimos anos, segundo atletas e dirigentes. "Nesse último ciclo olímpico, a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo focou na preparação da equipe de bobsled. Uma parceria com a equipe dos Estados Unidos nos proporcionou treinar várias vezes na cidade de Lake Placid (perto da fronteira do estado americano de Nova York com o Canadá). A escolha exata de cada lâmina é um exemplo disso, pois elas funcionam como os pneus de um carro de Fórmula 1. A cada pequena mudança do piso, temos que fazer a escolha correta. Hoje, temos experiência suficiente para não errarmos", explicou Figueiredo.

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Erick Vianna, Rafael Souza, Odirlei Pessoni, Edson Martins, Edson Bindilatti e Matheus Fiqueiredo. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br
 

Outro resultado da parceria com os norte-americanos é a contratação da treinadora Shauna Rohbock, medalha de prata nos Jogos de Inverno de Turim, em 2006, e duas vezes vice-campeã mundial de bobsled (2009 e 2011). "A evolução de Sochi, em 2014, até hoje é visível. Edson Bindilatti é um ótimo piloto e está mais experiente. Os equipamentos da delegação também são melhores", afirmou Shauna, que também foi jogadora profissional de futebol.

» Muito mais que uma descida a 150 km/h: conheça a rotina da equipe brasileira de bobsled

Bobsled: conheça o esporte

Os trenós são feitos de uma combinação de metais leves e primam pela aerodinâmica. O da categoria 4-man pode chegar a 3,8 metros e o da 2-man não passa de 2,7 metros. Durante a descida, a velocidade máxima por vezes alcança 150 km/h e os atletas podem sofrer a pressão de força de até 5G.

No 4-man, o piloto empurra o trenó por 20m e pula antes para dentro do cockpit. Em seguida, os pushers 2 (que fica à esquerda do trenó, logo atrás do piloto) e 3 (à direita do trenó) também entram e ficam em posição intermediária. Quando o quarto atleta (que empurra por trás do trenó e é denominado brakeman, por ser responsável por frear o trenó) entra, ele dá um aviso e todos ficam na posição de descida. No 2-man, o piloto empurra pelo lado esquerdo e o brakeman empurra por trás. O momento da largada é chamado de push. Nos 50m disponíveis para a tração, o trenó alcança cerca de 40 km/h. Na descida, a aerodinâmica, a destreza do piloto e a força da gravidade fazem a velocidade alcançar 150 km/h.

As pistas são de concreto e cobertas por gelo. Elas devem ter entre 1.200 e 1.300 metros e possuir pelo menos 15 curvas. O piloto precisa ter todo o trajeto memorizado para acelerar o reflexo a cada instante.

 

Galeria de fotos dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 (imagens disponível para uso editorial gratuito) 

PyeongChang 2018 - Jogos Olímpicos de Inverno

 

De PyeongChang (Coreia do Sul), Abelardo Mendes Jr - rededoesporte.gov.br