Baía de Guanabara é assegurada como sede da vela nos Jogos Rio 2016
O Comitê Organizador Rio 2016, a Autoridade Pública Olímpica (APO) e a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) reafirmaram nesta quarta-feira (27.05), em Brasília: as competições de vela nos Jogos Olímpicos Rio 2016 serão realizadas na Baía de Guanabara. Representantes das três entidades estiveram na capital federal para esclarecer às comissões do Esporte e do Turismo da Câmara dos Deputados a situação atual do local e as previsões para o próximo ano.
“A decisão já foi tomada e isso tem cinco anos. Nenhum outro lugar tem estrutura de TV, fibra ótica, iluminação e estrutura médica como a Baía. As competições vão ser na Baía. Não vamos mudar”, afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador Rio 2016. “Não existe plano B porque há condições de realização da competição na baía”, acrescentou Marcelo Pedroso, presidente da APO.
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Durante audiência pública na Comissão de Turismo da Câmara, Pedroso reforçou que a meta para o ano que vem é de alcançar 80% de saneamento na região que circunda a Baía de Guanabara. Ele ressaltou o salto de qualidade conquistado nos últimos anos e afirmou que atualmente o local já é apropriado para receber competições de vela.
“Em 2007, 11% da área de influência era objeto de tratamento. Hoje já temos 50%. Se olharmos esse histórico, com um salto de 11% para 50%, já houve uma conquista importante nessa área. Além disso, já se colocou como um legado importante que a totalidade desse projeto seja alcançado num futuro muito breve”, informou Pedroso, lembrando que a água da Baía de Guanabara passou em todos os testes de padrão de qualidade internacional realizados nos últimos quatro anos.
A maior preocupação é com o lixo flutuante no local, combatido com sucesso graças a ações como as ecobarreiras e os ecobarcos no evento teste realizado em 2014 e que serão testados novamente no evento teste deste ano. “O estado está contratando 17 ecobarreiras, seis delas em funcionamento até o evento teste”, afirmou Pedroso.
Vantagem esportiva
Quando acabarem as competições de vela nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a expectativa da Confederação Brasileira da modalidade é de alcançar o melhor resultado da história do país. Parte dessa esperança é justamente o fato de competir na Baía de Guanabara, um local que exige bastante conhecimento dos velejadores e que pode representar vantagem para os atletas da casa.
“É um dos locais mais técnicos do mundo para velejar. Você tem montanhas ao redor, correntes e as marés não são uniformes. Às vezes está enchendo em um determinado ponto e vazando em outro. Então é muito importante você conhecer bem a região”, afirmou Marco Aurélio Sá Ribeiro, presidente da entidade.
O dirigente, no entanto, ressaltou outros fatores para explicar o favoritismo do Brasil ao competir no Rio de Janeiro. Um deles o investimento do Ministério do Esporte. “O apoio que o Ministério vem nos dando, principalmente por meio do programa Bolsa Pódio, permitiu com que nossos atletas se preparassem com tranquilidade. Isso não tem preço”, elogiou Sá Ribeiro.
A possível vantagem esportiva, por sinal, é um dos motivos apontados pelo secretário executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, para as reclamações em relação à Baía de Guanabara. “A competição na baía favorece os atletas brasileiros, que conhecem as correntes e são muito experientes lá dentro. Existem países que estão querendo anular o fator casa, que sempre ajuda em todos os Jogos. Todo país que sedia tem essa vantagem”, afirmou Ricardo Leyser.
