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Geral

01/08/2016 20h51

Revezamento da Tocha

Às portas da cidade olímpica, tour da tocha passa por Macaé

Revezamento reuniu 60 condutores, passou por 12,5 quilômetros de rota e reuniu uma série de histórias de personagens da cidade ligados ao esporte e à formação de cidadãos
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Shiro Matsuda tem mais de 50 anos de dedicação a treinar novas gerações de judocas. Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br
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Maria Aparecida Mello tem, em sua contabilidade pessoal, mais de 1.500 provas de corridas de rua. Foto: Ivo Lima/Brasil2016.go.br
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Caroline, Ana e Gésily ganharam concurso de redação na escola e foram as anfitriãs da chama na cidade. Foto: Ivo Lima/brasil2016.gov.br
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Professor Rossini de Medeiros, criador das Olimpíadas Escolares na cidade, acendeu a pira. Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br
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Em seu nonagésimo dia de percurso, já às portas de acender a pira dos Jogos Rio 2016, a chama olímpica visitou mais seis cidades do estado do Rio de Janeiro. O ponto final foi na cidade litorânea de Macaé, considerada a capital nacional do petróleo. Não deu praia nos 23 quilômetros de costa, mas o tempo incerto e as chuvas constantes não esfriaram os ânimos dos macaenses e dos 60 condutores em 12,5 km de rota.

Dentro do Estádio Claudio Moacyr de Azevedo, o Moacyrzão, onde a chama fez sua entrada na cidade, a expectativa era grande. Caroline Nunes, 18 anos, Ana Carolina Lamy, também 18, e Gésily Aguiar, 19, fizeram as melhores redações da escola, o Instituto Federal Fluminense, e conquistaram o direito de serem anfitriãs da chama na cidade. "Esporte e Educação mudam a vida das pessoas", afirmou Caroline. "Estudamos em uma escola que exige que nos superemos todos os dias, e esporte é superação", destacou Ana Carolina.

A macaense Maria Aparecida Mello, 62 anos, era uma das mais entusiasmadas. Ela descobriu a corrida relativamente tarde, aos 36, para curar uma depressão. Convidada a participar de uma prova, ela foi lá e venceu. De lá para cá, foram 40 maratonas, 15 edições da São Silvestre, uma ultramaratona e mais de 1.500 provas, 300 troféus e medalhas a perder de vista, segundo a contabilidade dela.

"Se a saúde estiver em dia, não tem idade para correr. É um esporte que te liberta". Condutora do fogo simbólico do Pan de 2007, ela voltou a se emocionar com a experiência. "Não acredito ainda que estou vivendo esse sonho. Não quero chorar, quero curtir com felicidade", explicava.

Legião de fãs

Assim como Maria Aparecida, o judoca japonês Shiro Matsuda está acostumado a estar sob os holofotes da cidade quando o assunto é esporte. Ele veio ao Brasil aos 18 anos, em busca de vida nova, e estabeleceu por aqui uma nova dinastia do esporte. Já são 50 anos de dedicação a treinar novas gerações. Ele mantém uma academia na cidade, preparou diversos atletas e foi mestre da Seleção de Base do Rio de Janeiro. "Tenho três filhos, oito netos, um bisneto. Sou parte do Brasil e é preciso ajudar o país e divulgar o esporte ", defendeu.

Quando Matsuda entrou no ônibus que o levaria até o ponto onde receberia a tocha, encontrou uma legião de alunos, vestindo quimonos e carregando faixas. O grupo seguiu o comboio pelas ruas de Macaé, e quando o mestre desembarcou, foi saudado com gritos.

A noite parecia consagrar doutores do esporte, que se dedicam a compartilhar o conhecimento adquirido com quem veio depois. Em uma área entre a Lagoa de Imboassica e a Praia do Pecado, a pira foi acesa pelo professor aposentado de educação física Rossini de Medeiros. Entusiasmado com a profissão, Medeiros criou os Jogos Olímpicos Escolares e organizou maratonas. Ele subiu no palco emocionado. "Quero agradecer a Deus por me dar amigos, filhos, netos e alunos. Neste momento, o mundo está voltado para Macaé".

Neste domingo, a chama olímpica percorreu as cidades de Cordeiro, Itaocara, São Fidélis, Campos dos Goytacazes, Conceição de Macabu e, por fim, Macaé. Nesta segunda-feira, a jornada foi maior. O roteiro teve início em Rio das Ostras, passou por Armação de Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Araruama, Arraial do Cabo e Cabo Frio.

Mariana Moreira, de Macaé (RJ)