Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Áreas testadas na Liga Mundial são bem avaliadas pelo Comitê Rio 2016

Volei

18/07/2015 20h45

Eventos-teste

Áreas testadas na Liga Mundial são bem avaliadas pelo Comitê Rio 2016

Atuação dos voluntários em quadra é um dos destaques. Eles narram a experiência de contribuir para o evento ao lado dos ídolos

Foto: Gabriel Heusi/ ME - Paula e Brendon narram a experiência de atuar como voluntários ao lado dos ídolos

O segredo é não olhar para eles, garantem Paula de Oliveira, 21 anos, e Brendon de Melo, 19. O “eles” em questão são os jogadores de vôlei das melhores seleções do mundo. Os ídolos estavam ali, diante desses jovens que foram escalados como voluntários para as finais da Liga Mundial de vôlei, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Mas eles seguraram a ansiedade, concentraram-se nas tarefas e não decepcionaram.

“No primeiro jogo do Brasil, eu fiquei lá atrás. No aquecimento, o Lucarelli (da Seleção Brasileira) deitou na minha frente. Meu ídolo estava simplesmente no meu pé! Mas é só não olhar e continuar o trabalho”, explicou Paula.

A atuação dos voluntários – boleiros, como Paula, e enxugadores de quadra, como Brendon, por exemplo –  foi observada com atenção. A competição, que teve início em 15 de julho e se encerra neste domingo (19.07),  é evento-teste para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

A montagem da quadra, a atuação de DJ e locutores, o sistema de resultados e os procedimentos para exames antidopagem também estão sendo testados pelo Comitê Organizador do megaevento do ano que vem. A avaliação, faltando apenas a final e a disputado do terceiro lugar, é positiva.

“A operação está redondinha, principalmente dentro da quadra, que tem um impacto maior. Os voluntários entenderam o seu papel e estão de parabéns. Os exames antidoping estão ocorrendo normalmente, dentro dos critérios dos órgãos competentes. O sistema de resultados vem sendo uma importante experiência para a integração das três equipes que estão trabalhando na operação. Depois vêm as adaptações do programa que a gente usa, para ver o que está atendendo a Federação Internacional. Esses ajustes são importantes”, explicou Giovane Gávio, gerente de Competições do Vôlei do Comitê Rio 2016.

Foto: Gabriel Heusi/ ME - Equipes do Rio 2016 na operação de resultados

Antidopagem

A coleta de amostras para os testes antidopagem é de responsabilidade da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Elas serão encaminhadas ao Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), reacreditado em 13 de maio.O laboratório tem dez dias úteis, a partir do recebimento das amostras, para informar sobre algum resultado adverso.

Foto: Carol Delmazo - Martha Dallari explica a coleta de amostras para os testes antidopagem
“Montamos uma estação de controle de dopagem e o Rio 2016 nos deu a estrutura básica. Coube à ABCD colocar os equipamentos específicos, como o kit, o refratômetro, as luvas, e a designação dos agentes de controle. Tivemos uma visita da vigilância sanitária e não houve ressalva. Tudo fluiu bem e isso é motivo de satisfação. Estamos testando os nossos agentes e a postura dos atletas foi receptiva”, explicou Martha Dallari, diretora de Relações Institucionais da ABCD.

Suor e gratidão

Os voluntários Brendon e Paula também se surpreenderam com a postura dos atletas dentro de quadra. “É surreal, os seus ídolos estão atrás de você. Eles te agradecem, conversam com você. Não imaginava”, contou Brendon, atleta da equipe sub-21 de vôlei do Vasco.

“Os americanos aprenderam algumas palavras em português e usavam com a gente. O líbero chegou para mim e disse: “Oi, tudo bem?”. A gente não espera essa coisas”, acrescentou Paula, que treinou a modalliade no Flamengo de 2004 a 2008.

Os dois contam que a surpresa começou com o convite para participar do evento-teste. Paula foi a primeira a ser convocada pelo Comitê e aceitou imediatamente. Brendom também não titubeou. Depois veio a fase de preparação: uma reunião no domingo (12.07) para o aprendizado das funções e um treinamento prático na terça (14.07).

“Teve um jogo Botafogo x Flamengo e a gente experimentou as funções para saber quem era apto para cada uma. Os ligeirinhos, que são os que secam a quadra, como o próprio nome diz, têm que ser rápidos. Cada função exige um perfil”, explicou Paula.

O esforço físico, segundo eles, é imenso. “O corpo tem um limite e ficar o tempo todo é pesado. Mas, mesmo assim, a gente continua. Hoje até machuquei o pé e me perguntaram se eu queria ir embora. De jeito nenhum! Quero ir até o fim”, contou a jovem de 21 anos.

“Eu era ligeirinho e você levanta e abaixa toda hora. O esforço é repetitivo e acabei inflamando o tendão. Aí fui para a bola, porque o médico exigiu. Mas quando o menino do rodo foi ao banheiro, ajudei também. Você fica pingando de suor, o corpo sente, mas vale a pena”, contou Brendon.

Passando o evento-teste, o desafio será conter a expectativa à espera de mais um convite, desta vez para os Jogos Rio 2016. “Esses voluntários vão ser multiplicadores para os Jogos Olímpicos. Se depender da gente, eles vão estar lá, mas depende deles também”, explicou Giovane Gávio.

“A Olimpíada vai ser o quádruplo disso aqui e a gente quer estar pronto pra isso. O bom do evento-teste é que a gente já sabe as funções e pode passar as informações para outras pessoas. Se tudo der certo, vai ser uma realização muito grande”, disse Paula.

Foto: Gabriel Heusi/ ME - Voluntários querem voltar ao Maracanãzinho em 2016

Alterações para os Jogos

Segundo Giovane, o Maracanãzinho não sofrerá grandes alterações para o Rio 2016. Uma quadra temporária e o uso de um outro placar são as mudanças previstas.

“Vamos mudar as configurações das arquibancadas para alocar Vips, a família olímpica, mas sem mexer na estrutura. Temos apenas que construir uma segunda quadra de aquecimento temporária, já que o ginásio só tem uma (para aquecimento) e, para os Jogos, é preciso ter duas. E é quase certo que se troque o placar porque, nos Jogos, não temos os telões, já que eles tiram espaço da arquibancada. E então estamos pensando em colocar um placar mais moderno para ´ganhar´ os telões”, explicou.

As equipes também aumentam, de acordo com ele. As 40 pessoas do Comitê envolvidas na Liga Mundial serão 400 em 2016, incluindo cerca de 200 voluntários.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br