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Maratona aquática

15/07/2019 23h18

Coreia do Sul

Brasileiros admitem frustração nos 10km das maratonas aquáticas no Mundial de Gwangju

Allan do Carmo chegou em 33º e Victor Colonese em 35º. Prova contou com 75 atletas, de 47 países, que nadaram em busca das medalhas e das dez vagas nos Jogos de Tóquio 2020

Mundial de Desportos Aquáticos

O Mundial de Desportos Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, assistiu, na manhã desta terça-feira (16.07) no horário local, noite de segunda-feira (15.07), no Brasil, a prova mais disputada de todas as competições até aqui – entre maratonas aquáticas, saltos ornamentais, nado artístico e polo aquático.

Quando o sinal da largada foi dado, às 8h, 20h horário de Brasília, 75 nadadores, de 47 países, partiram para a prova dos 10km nas águas na baía do Yeosu Expo Ocean Park, na cidade de Yeosu, distante uma hora e meia de ônibus de Gwangju. Ao final, os dois nadadores que representaram o Brasil, Allan do Carmo e Victor Colonese, disseram terem ficado insatisfeitos com seus desempenhos. O primeiro terminou em 33º e o segundo, em 35º.

Atletas passam pelo ponto de hidratação nos 10km masculino das maratonas aquáticas no Mundial de Gwangju: representantes de 47 nações e altíssimo nível técnico marcaram a prova. Foto: Satiro Sodré/rededoesporte.gov.br

O motivo de tamanho interesse na prova dos 10km na Coreia é simples: o Mundial foi a principal seletiva para os Jogos de Tóquio 2020, com 10 vagas em jogo. Essa era a única chance que qualquer país tinha de classificar dois atletas para a prova nos Jogos do Japão. Se apenas um nadador de uma nação assegurou a vaga na Coreia, outro atleta do mesmo país não pode mais obtê-la na próxima seletiva, que será no ano que vem, em Fukuoka, no Japão, quando estarão em jogo as últimas 15 vagas.

Os 10km na Coreia tiveram um nível técnico altíssimo. Estavam na disputa feras como o holandês Ferry Weertman, ouro no Rio 2016 e no Mundial de Budapeste 2017, além de prata no Mundial de Kazan 2015; o norte-americano Jordan Wilimovsky, ouro no Mundial de Kazan 2015 e prata no Mundial de Budapeste 2017; e o francês Marc-Antoine Olivier, bronze no Rio 2016 e no Mundial de Budapeste 2017.

Mas o alemão Florian Wellbrock deixou o trio de estrelas para trás e faturou o ouro nas águas da baía do Yeosu. Marc-Antoine Olivier adicionou mais uma medalha à sua coleção ao garantir a prata, enquanto o alemão Rob Muffls chegou em terceiro. A Alemanha, a França e a Itália conseguiram classificar dois atletas para os Jogos de Tóquio 2020. Ferry Weertman e Jordan Wilimovsky não subiram ao pódio, mas carimbaram o passaporte para os próximos Jogos Olímpicos (veja lista abaixo).

“Com certeza foi uma das provas mais concorridas e mais disputadas que eu já fiz. Foi uma prova até mais forte do que a da Olimpíada. Aqui provavelmente estavam os 25 que vão estar em Tóquio e mais cinquenta nadando”, lembrou Allan do Carmo.

“Consegui fazer minha estratégia até a terceira volta (Allan esteve entre os 20 primeiros, na  primeira metade), mas a partir da terceira volta eu deixei o pelotão da frente escapar. Ainda tentei buscar, fui o cabeça do segundo pelotão, mas me desgastei muito. No final, foi um resultado que a gente não queria. Queríamos estar ali entre os dez primeiros. Agora é tentar focar no Pan (de Lima, que começa no dia 26 de julho) e nas próximas competições e trabalhar para tentar conquistar uma dessas vagas que ainda faltam para as Olimpíadas”, continuou o nadador.

#PraCegoVer: Os nadadores Allan do Carmo e Victor Colonese disputam a prova dos 10km das maratonas aquáticas no Mundial de Gwangju, na Coreia do Sul
Allan do Carmo (esq) e Victor Colonese: disputa muito dura nas águas da baía de Yeosu, na Coreia do Sul. Fotos: Satiro Sodré/rededoesporte.gov.br
"Agora é tentar focar no Pan (de Lima, que começa no dia 26 de julho) e nas próximas competições e trabalhar para tentar conquistar uma dessas vagas que ainda faltam para as Olimpíadas"

Allan do Carmo, nadador

A frustração de Allan era a mesma de Victor Colonese. “Tinha muita gente, foi um nível alto. Acho que por ter muita gente eu acabei me atrapalhando na primeira volta, gastei energia e isso prejudicou minha prova. Saí mal, não consegui hidratar na primeira volta, tentei fazer uma segunda volta recuperativa e aí gastei energia demais. Quando o pessoal começou a apertar, da terceira para a quarta volta, senti e acabei ficando em um pelotão mais atrás. Não saio feliz. Sei que treinei para mais do que isso. Agora vou sentar com meu técnico e vamos trabalhar. O sonho das Olimpíadas ainda não acabou”, afirmou.

Pódios desde Roma 2009

Apesar de ainda não terem subido ao pódio no Mundial de Gwangju – a mais bem classificada até aqui foi Ana Marcela Cunha, na prova dos 10km feminino, disputada na manhã de domingo (14.07), no horário local, que terminou em quinto lugar, conquistando a vaga para Tóquio 2020 – os  atletas das maratonas aquáticas têm contribuído bastante para o sucesso do Brasil nos Campeonatos Mundiais de Desportos Aquáticos.

Maratonas Aquáticas - Mundial de Desportos Aquáticos Gwangju 2019

Desde a edição de Roma 2009, quando Poliana Okimoto se tornou a primeira nadadora brasileira a subir ao pódio, com o bronze nos 5km, os representantes do país na modalidade faturaram medalhas em todas as edições seguintes: Xangai 2011, Barcelona 2013, Kazan 2015 e Budapeste 2017.

No total, o Brasil tem 13 medalhas em Campeonatos Mundiais nas maratonas aquáticas: 4 de ouro, 3 de prata e 6 de bronze. Confira a lista de pódios do Brasil na competição:

Ouro

» Xangai 2011 – Ana Marcela Cunha – 25km
» Barcelona 2013 – Poliana Okimoto – 10km
» Kazan 2015 – Ana Marcela Cunha – 25km
» Budapeste 2017 – Ana Marcela Cunha – 25km

Prata
» Barcelona 2013 – Poliana Okimoto – 5km
» Barcelona 2013 – Ana Marcela Cunha – 10km
» Kazan 2015 – Allan do Carmo, Ana Marcela Cunha e Diogo Villarinho – Equipe 5km

Bronze
» Roma 2009  – Poliana Okimoto – 5km
» Barcelona 2013 – Ana Marcela Cunha – 5km
» Barcelona 2013 – Allan do Carmo, Poliana Okimoto e Samuel de Bona – Equipe 5km
» Kazan 2015 – Ana Marcela Cunha – 10km
» Budapeste 2017 – Ana Marcela Cunha – 5km
» Budapeste 2017 – Ana Marcela Cunha – 10km

Investimento

Todos os seis atletas das maratonas aquáticas que defendem o Brasil no Mundial de Gwangju recebem a Bolsa Atleta do Governo Federal.

Dos seis, apenas Victor Colonese não recebe a Bolsa Pódio, a mais alta categoria do programa, do qual fazem parte Diogo Vilarinho, Fernando Ponte, Allan do Carmo, Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut. O investimento anual nos atletas da Seleção Brasileira de maratonas aquáticas em Gwangju é de R$ 731,1 mil.

Os brasileiros e suas provas

» Diogo Andrade Vilarinho – 5km 
» Fernando Estanislau Ponte – 5km 
» Ana Marcela Cunha – 5km, 10km e 25km 
» Viviane Jungblut – 5km e 10km
» Allan do Carmo – 10km
» Victor Colonese – 10km e 25km 

Programação e resultados

Horários de Brasília

12.07 – Sexta-feira
5km masculino
1. Kristof Rasovszky (HUN) – 53min22s1
2. Logan Fontaine (FRA) – 53min32s2
3. Eric Hedlin (CAN) – 32min32s4
25. - Fernando Ponte (BRA) – 53min43s6
36. - Diogo Villarinho (BRA) – 53min55s4

13.07 – Sábado
10km feminino*
1. Xin Xin (CHI) – 1h54min47s2
2. Haley Anderson (EUA) – 1h54min48s1
3. Rachele Bruni (ITA) – 1h54min49s9
4. Lara Grangeon (FRA) – 1h54min50s.0
5. Ana Marcela Cunha (BRA) – 1h54min50s.5
6. Ashley Twichell (EUA) – 1h54min50s.5
7. Kareena Lee (AUS) – 1h54min50s.5
8. Finnia Wunram (ALE) – 1h54min50s.7
9. Leonie Beck (ALE) – 1h54min51s.0
10. Sharon van Rouwendall (HOL) – 1h54min51s.1
12. Viviane Jungblut (BRA) – 1h54min51s9
* As dez primeiras colocadas garantiram vaga para as Olimpíadas de Tóquio 2020

15.07 – Segunda-feira
10km masculino*
1. Florian Wellbrock (ALE) – 1h47min55s9
2. Marc-Antoine Olivier (FRA) – 1h47min56s1
3. Rob Muffls (ALE) – 1h47min57s4
4. Kristof Rasovszky (HUN) – 1h47min59s5
5. Jordan Wilimovsky (USA) – 1h48min01s0
6. Gregorio Paltriniery (ITA) – 1h48min01s0
7. Ferry Weertman (HOL) – 1h48min01s9
8. Alberto Martinez (ESP) – 1h48min02s2
9. Mario Sanzullo (ITA) – 1h48min04s7
10. David Aubry (FRA) – 1h48min05s1
33. Allan do Carmo (BRA) – 1h50min14s7
35. Victo Colonese (BRA) – 1h50min15s2
* Os dez primeiros colocados garantiram vaga para as Olimpíadas de Tóquio 2020

16.07 – Terça-feira
20h - 5km feminino
Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut

17.07 – Quarta-feira
20h - revezamento por equipes 5km
equipe brasileira a ser definida

18.07 – Quinta-feira
20h - 25km masculino e feminino
Ana Marcela Cunha e Victor Colonese

Brasileira é cortada nos saltos ornamentais

Nos saltos ornamentais, a má notícia ficou por conta do corte de Ingrid Oliveira, principal atleta do time do Brasil. Ela lesionou o punho esquerdo durante a prova da plataforma mista no sábado (13.07), quando competiu ao lado de Isaac Souza, e não conseguiu se recuperar a tempo de disputar as eliminatórias da plataforma individual nesta terça-feira. Assim, o Brasil disputou a prova apenas com Andressa Mendes, que terminou em 36º lugar. Com a lesão, a participação de Ingrid nos Jogos Pan-Americanos de Lima, que começam no dia 26 de julho, está ameaçada. A atleta deve retornar para o Brasil nos próximos dias para intensificar o tratamento.

Mundial de Desportos Aquáticos

Luiz Roberto Magalhães - de Gwangju, na Coreia do Sul - rededoesporte.gov.br