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Ginastica artística

22/04/2016 19h01

Parque Olímpico da Barra

Acesso e energia, os pontos de atenção após os eventos-teste da ginástica

Quedas de iluminação e dificuldades no acesso estão entre os tópicos a serem ajustados. Organização promete estrutura diferenciada nos Jogos e aposta no transporte público. Segurança recebe elogios

Uma das principais competições do calendário do Comitê Organizador Rio 2016 para avaliação das operações, o evento-teste de ginástica foi encerrado nesta sexta-feira (22.4), na Arena Olímpica do Rio. Desde o último dia 14, quando tiveram início os treinos de pódio, o local recebeu atletas das modalidades artística, trampolim e rítmica, além do público, e experimentou constantes quedas de energia.

Na última terça-feira (19), por exemplo, a qualificatória feminina do trampolim precisou ser interrompida por 15 minutos devido a uma sobrecarga na rede elétrica. No domingo (17), outra queda de energia havia atrasado em 50 minutos as finais por aparelhos da ginástica artística. A programação dos primeiros treinos de pódio também foi afetada, e a seleção feminina chegou a treinar a prova de solo sem música devido a uma falha no sistema de som, na sexta (15).

“A gente teve problemas no começo, com quatro incidentes grandes. Todos eles foram mapeados. É importante frisar que o sistema de iluminação e energia que a gente teve aqui é totalmente diferente do que a gente vai ter nos Jogos”, destaca Rodrigo Garcia, diretor de esportes do Comitê Organizador Rio 2016. “Esse foi um ponto que a gente não testou exatamente como vai ser nas Olimpíadas principalmente porque a demanda é diferente. Durante os Jogos a gente tem uma necessidade maior e o sistema de alimentação também é diferente”, aponta.


O diretor admitiu as falhas na operação, mas ressaltou que as lições foram aprendidas. “É ruim, não foi uma situação legal, mas, por outro lado, também é bom para a gente reagir a tempo caso isso aconteça nos Jogos. Não foi bom, não é o planejado nem o que deve acontecer, mas a gente sempre tem que tirar uma lição positiva disso”, acredita Garcia.

“São alguns incidentes e precisam ser vistos os motivos para que nas Olimpíadas corra tudo da melhor forma possível”, afirma Klayler Mourthé, Supervisor de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), que elogiou a atuação da Força Nacional no evento. “A segurança foi muito organizada e rígida, mas com atendimento cortês. A gente gostou bastante”.

Cerca de 300 profissionais da Força Nacional de Segurança trabalharam no local, incluindo policiais militares, civis e bombeiros. Já o Rio 2016 contou com cerca de 400 pessoas na organização e operação do torneio de ginástica.

 

“Este evento era um dos quatro principais para testarmos a nossa operação, desde a área de competição, equipamentos esportivos, voluntários e serviços para atletas, até a participação de público, com média de seis mil espectadores por dia, serviços de alimentação, bebidas, serviço a espectador, controle de ingressos, segurança. Então foram testados vários aspectos do dia a dia de um evento completo”, explica Rodrigo Garcia.

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O casal Fábio Bastos e Gisele Teles levou a filha Isabele e teve dificuldade para encontrar estacionamento. Comitê aposta na interligação entre metrô e BRT para ajustar o assunto mobilidade nos Jogos. Foto: Ana Claudia Felizola/Brasil2016.gov.br

Estacionamento

Entre o público, as principais reclamações foram em relação à falta de estacionamento nas proximidades do Parque Olímpico. “Gostei principalmente da segurança, olharam até as crianças. Isso é bom. O problema é que não tem estacionamento. Parei o carro bem longe e viemos andando, vimos várias crianças andando”, conta o ator Fábio Bastos, de 44 anos, ao lado da esposa Gisele Teles, 36, que está grávida, e da filha Isabele Bastos, de três anos.

A atuária Sílvia Werneck, 38 anos, também criticou o acesso à arena. “Para chegar está difícil, ruim. Não tem estacionamento e o retorno está com sinalização errada. Tem uma placa escrito ‘HSBC Arena’, mas é a entrada errada. Demos três voltas e demoramos uma hora a mais para chegar”, reclama.

Segundo Rodrigo Garcia, a questão do estacionamento no Parque Olímpico não será alterada para as Olimpíadas. “Certamente não irá mudar. Os Jogos Olímpicos são baseados no sistema de transporte público. Se a gente for usar o transporte privado como fonte de acesso, a gente vai parar o Rio de Janeiro ou qualquer cidade que organiza os Jogos, pelo número de pessoas que fica se movimentando na cidade”, pondera.

“A gente acredita muito no sistema de transporte público, que ainda não está 100% finalizado. A ligação entre o BRT e o metrô vai facilitar o acesso ao Parque Olímpico”, acrescenta, falando ainda em informar melhor o público que quiser acompanhar algum evento. “O que a gente vai fazer agora é instruir melhor o espectador. Todos os que compraram ingressos receberam e-mail de orientação, mas a gente sabe que muitas vezes esses e-mails saíam tardiamente e as pessoas não conseguiam se planejar a tempo”, explica.

Com o evento-teste de ginástica encerrado, o Parque Olímpico recebe até o próximo domingo (24) o Open Internacional de Natação Paralímpica, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Em seguida, o mês de abril terá ainda as competições de esgrima (23 a 27), polo aquático (25 a 29) e handebol (29 a 1o de maio).

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br