Você está aqui: Página Inicial / Notícias / 500 dias: segurança na fase de detalhamento operacional

23/03/2015 15h24

500 dias: segurança na fase de detalhamento operacional

Modelo da Copa será a base do trabalho, que tem o desafio extra de coordenar a segurança interna de 159 instalações

Integração foi a palavra-chave do planejamento de segurança para a Copa do Mundo de 2014. O mesmo conceito guia o trabalho para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, que conta com o legado do Mundial do ano passado, mas que ganhou um novo desafio: a segurança interna de 159 instalações.

A 500 dias do megaevento, a fase é de detalhamento operacional. Centenas de pessoas de diversas instituições dos três níveis de governo estão envolvidas. De acordo com o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge/MJ), Andrei Rodrigues,a previsão é de que até 15 de abril o levantamento do efetivo necessário para a segurança interna tenha sido feito. 

“Dividimos o trabalho em dois eixos: o primeiro é definir a necessidade operacional, ou seja, quantos profissionais teremos que empregar para fazer frente a essa demanda. Definindo o quantitativo, temos que buscar, com nossos parceiros, de onde esses profissionais virão. E aí não descartamos nenhuma hipótese, inclusive a contratação eventual de empresas de segurança privada”, disse o secretário.

Confira a entrevista:

Cenário a 500 dias

A partir do legadoque ficou da Copa– de equipamentos, tecnologia, capacitação dos profissionais de segurança pública–, estamos cumprindo um cronograma, de maneira que temos a Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (Coesrio2016)já estabelecida e em funcionamento. São dezenas de instituições parceiras trabalhando de forma coordenada e integrada, detalhando planejamentos operacionais que vamos colocar em prática já nos eventos-teste a partir de agosto.  Então, eu diria que o cenário hoje obedece a esse cronograma, onde as instituições estão trabalhando em conjunto para ter um Plano Integrado de Segurança dos Jogos.

Intensidade extra

A característica do evento muda. A Olimpíada é mais intensa, com mais atletas, com mais jornalistas, provavelmente com mais público, e 97% dos eventos estão concentrados em uma única cidade, em curto espaço de tempo. Teremos necessariamente que fazer adaptações não só de investimentos, mas de procedimentos, de capacitação, para que todos os profissionais estejam habilitados a atuar em prol da segurança do evento.

Novos investimentos

Já investimos e iremos investir em melhorias do nosso sistema de Comando e Controle, em ações de capacitação, em tecnologia de videomonitoramento, em equipamentos para os profissionais de segurança pública, em todas aquelas áreas que, pelo aumento da demanda em razão característica do evento, assim exigirem.

42 mundiais simultâneos

Esse é o processo que estamos vivendo hoje, o detalhamento operacional. São 159 instalações, 42 campeonatos acontecendo simultaneamente. A partir das informações do Comitê Rio 2016, do calendário, do nível dos atletas, da expectativa de público, das dimensões de algumas instalações que ainda estão em construção, vamos construir o plano operacional e, assim, definir quantos profissionais iremos empregar.  E isso vale não só para os profissionais de segurança, mas também de trânsito, de mobilidade, de ordenamento urbano, de imigração, de alfândega. Todos aqueles que têm relação com a operação de segurança terão o desenho de operação realizado para que então tenhamos condições de operar.

Segurança interna

Os três níveis de governo, liderados pelo governo federal, assumiram o compromisso de responder pela segurança das instalações. Estes números- 15 mil profissionais para segurança interna e cerca de R$ 250 milhões –são do Comitê Organizador dos Jogos. São dados que vamos depurar. Vamos analisar cada uma das instalações, com suas características, o tipo de competição, para definirmos o quantitativo de profissionais, a origem dessa força de trabalho e o custo do investimento.

Nós dividimos o trabalho em dois grandes eixos: o primeiro é definir a necessidade operacional, ou seja, quantos profissionais teremos que empregar para fazer frenteà demanda. Definindo o quantitativo, temos que buscar com os nossos parceiros de onde esses profissionais virão. E não descartamos nenhuma hipótese, inclusive a contratação eventual de empresas de segurança privada.

Nossa atividade agora é ampliada porque exige também o cercamento das instalações, ovideomonitoramento, o controle de acesso, as catracas, todo o aparato de segurança da instalação faz parte do nosso projeto. É um trabalho que será realizado a várias mãos e, a partir da definição operacional, vamos estabelecer quais instituições vão oferecer servidores para esse trabalho.

As Forças Armadas têm outro papel nesse cenário, com seus eixos de atuação, como força de contingência, com o papel mais importante na área de Deodoro, que é região militar e, no início desse processo. Tudo será definido ao longo desse trabalho de detalhamento operacional, que conta com a presença de representantes do Ministério da Defesa em todas as etapas. Nossa expectativa é de que, até a primeira quinzena de abril, já tenhamos um desenho inicial dessa primeira etapa de quantificar os postos de trabalho, para que então passemos à etapa seguinte: definir as instituições que oferecerão o recurso humano.

Orçamento

Do planejamento inicial, apenas da segurança externa, já temos um orçamento ainda não aprovado, mas em discussão, que é de R$ 350 milhões ao longo de três anos (2014 a 2016), com a parte de custeio maior em 2016. A partir da definição do plano de segurança das instalações, temos que fazer uma nova avaliação para que tenhamos um custo global definido.

Intercâmbios

Tem um braço internacional muito forte, com intercâmbios já realizados com Estados Unidos, França, Reino Unido, Espanha. Com todos os países que a gente tem tido contato, estão se abrindo portas para que a gente traga para cá boas experiências, boas práticas, obviamente adequando-as à nossa realidade, às nossas características.

Temos também programas de observadores para que, no intercâmbio com diversos países, a gente possa conhecer eventos esportivos importantes e trazer para o Brasil um pouco desse aprendizado .

Aprendizados da Copa

Toda operação de segurança nos traz importantes aprendizados. O caso da invasão de torcedores chilenos na Copa (no Maracanã, em 18 de junho, na partida Espanha x Chile) foi um deles. Nos trouxe a necessidade de trabalhar com um conceito ampliado de segurança: segurança pública, segurança privada, segurança das instalações, tudo no mesmo ambiente, conhecendo detalhes de cada nível de operação, para que a gente evite contratempos. Esse aprendizado vai ser importante ainda mais agora que nós do governo assumimos a responsabilidade da segurança das instalações. O controle de acesso vai ser rigoroso, nós teremos todos os níveis de proteção no mais alto patamar para que a gente tenha um ambiente pacífico e seguro.

Legado

Temos dois grandes itens de legado. O primeiro é o material. Estão aí os equipamentos,como delegacia móvel, imageadores, Centros de Comando e Controle – agora em expansão para todo o país–, investimentos em capacitação... Todo esse legado material que fica, agregando agoraos novos investimentos da Olimpíada, que observam uma premissa fundamental: nós não investimos recursos que não sejam úteis para o cotidiano das cidades. Temos a convicção de que 100% do investimento é um legado para a segurança pública ordinária.

E o que fica de mais importante é o legado da integração, da oportunidade e da capacidade de as instituições dos três níveis de governo trabalharem juntas, conhecendo o que cada uma está fazendo e, com isso, aumentando a qualidade do serviço prestado, a capacidade de resposta e, consequentemente, trazendo mais qualidade ao processo de segurança pública.

» Especial - 500 dias para as Olimpíadas: ministros e titulares de 11 áreas do governo federal detalham avanços e desafios

Carol Delmazo – brasil2016.gov.br