Você está aqui: Página Inicial / Notícias / 500 dias: legado para o país já é visível na infraestrutura esportiva

23/03/2015 15h22

500 dias: legado para o país já é visível na infraestrutura esportiva

Judô, basquete, atletismo, saltos ornamentais e ginástica sentem reflexos dos investimentos em locais de treinamento em várias regiões

Desde o início da caminhada olímpica, um dos desafios do governo federal é fazer com que o legado do maior evento esportivo do planeta se estenda a todas as regiões brasileiras. A 500 dias da abertura dos Jogos do Rio, atletas de várias modalidades já têm à disposição instalações que materializam esse conceito.

A lista de locais que já estão em operação abrange centros de treinamento para o alto rendimento e categorias de base. Exemplos disso são o Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA), o Centro Nacional de Ginástica Artística, em São Bernardo do Campo (SP), e o Centro de Saltos Ornamentais, em Brasília (DF). A prática do atletismo de pista ganhou qualidade em universidades como a Federal do Maranhão (UFMA), o Parque do Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e a Arena Caixa, em São Bernardo do Campo. Há, ainda, centros multiesportivos, como o Centro Olímpico do Espírito Santo, em Vitória (ES).

» Especial - 500 dias para as Olimpíadas: ministros e titulares de 11 áreas do governo federal detalham avanços e desafios

Equipamentos

Somam-se às instalações os equipamentos para diversas modalidades, como os kits do basquete. Um convênio entre o Ministério do Esporte e a Liga Nacional de Basquete (LNB) – responsável pela realização do Novo Basquete Brasil (NBB) e pela Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) – permitiu que 19 clubes do país pudessem contar com piso flutuante, tabelas e placares de primeira linha. O conceito é que o basquete se desenvolva de forma homogênea, uma vez que os atletas, agora, contam com as mesmas condições de treino e competição.

Ministério do Esporte
Ministério do Esporte#Kit com placar, tabela e piso flutuante: modernização e padronização levam o basquete brasileiro para um novo nível de profissionalismo
Kit com placar, tabela e piso flutuante: modernização e padronização levam o basquete brasileiro para um novo nível de profissionalismo

“A padronização dos equipamentos e a LDB, criada para atletas de 17 a 22 anos, são duas coisas incríveis. Os resultados são fantásticos”, afirma Kouros Monadjemi, diretor de relações institucionais da Liga Nacional de Basquete (LNB). “Hoje, quase 30% dos jogadores que atuam no NBB vêm da LDB. A padronização das quadras trouxe vitalidade, qualidade nos treinos e no espetáculo, e até mesmo para a televisão deu uma nova nuance em termos de imagem”, prossegue o dirigente.

Segundo Monadjemi, esses investimentos são legados diretos dos Jogos Olímpicos. Foram feitos para melhorar o basquete para os Jogos de 2016 e já objetivando os Jogos de 2020. “Temos hoje jogadores como Bruno Caboclo (ala que atua na NBA, no Toronto Raptors), Lucas Bebê (pivô do Toronto Raptors), Meindl (Leonardo Meindl, ala do time de Franca), Fisher (Ricardo Fisher, armador do time de Bauru) e Coelho (Henrique Coelho, armador do Minas). Todos têm potencial para estar na Seleção e só chegaram a isso por esses investimentos. Acredito que em 2020 os reflexos vão ser notados com ainda mais força”, conclui Monadjemi.

Motivação olímpica

Quem também ressalta a importância de se ter um legado operacional antes dos Jogos de 2016 é Paulo Wanderley Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). “O Centro Pan-Americano teve uma motivação inegavelmente olímpica. Foi no rastro dos Jogos de 2016 que ele se tornou possível e hoje é uma conquista palpável”, destaca. “Já tivemos um evento internacional (entre Brasil e Itália, em novembro de 2014), uma seletiva nacional para as categorias de base e tivemos recentemente o circuito baiano de judô. O Centro já está em funcionamento e com atividades em todos os níveis”, afirma o presidente da CBJ.

CBJ
CBJ#Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA): com estrutura de primeira linha, o local já foi palco até de um evento internacional, entre Brasil e Itália
Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA): com estrutura de primeira linha, o local já foi palco até de um evento internacional, entre Brasil e Itália

Ensino, pesquisa e retorno social

Para o professor-doutor Francisco Navarro, diretor do núcleo de esportes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, a pista de atletismo inaugurada em fevereiro de 2015 abriu uma nova frente de oportunidade para alunos, técnicos, atletas, pesquisadores e também para os jovens da cidade e do estado.

“Ao contrário do que a maioria pensa, o Rio de Janeiro não é a única cidade beneficiada pelos Jogos de 2016. O legado é bem maior e São Luís é exemplo”, diz Francisco Navarro.  “Através de um convênio da UFMA com o Ministério do Esporte, construiu-se aqui uma pista de atletismo de padrão internacional IAAF 2. Ou seja, pode homologar recordes mundiais. A gente conseguiu também todos os equipamentos necessários para a prática do atletismo em alto rendimento, como colchão de saltos, martelo, vara e outros. Então, temos uma pista que é na verdade um centro de treinamento”, detalha.

#Pista da Universidade Federal do Maranhão (UFMA): classificada como padrão internacional IAAF 2, ela pode homologar até recordes mundiais
Pista da Universidade Federal do Maranhão (UFMA): classificada como padrão internacional IAAF 2, ela pode homologar até recordes mundiais

A estrutura foi pensada para sediar competições em nível local e de alto rendimento. “Além disso, os estudantes do curso de educação física têm aulas práticas e, mais recentemente, passamos a fazer pesquisas na área. A pista trabalha no tripé ensino, pesquisa e extensão, já que temos escolinhas para comunidades carentes”, afirma Navarro.

Brasil Medalhas

O legado operacional a 500 dias dos Jogos tem conexão direta com investimentos por parte do governo federal. O Plano Brasil Medalhas, lançado em setembro de 2012, é um exemplo. Por meio dele, R$ 1 bilhão está sendo investido no ciclo 2012/2016.

Além disso, entre 2011 e 2013, 127 convênios, firmados com 40 instituições, movimentaram R$ 298,9 milhões, que foram aplicados, entre outros objetivos, na construção, reforma e equipagem de centros de treinamento no país.

Entre 2012 e 2013, o valor dos convênios firmados com clubes formadores de atletas aumentou 420%, de R$ 4,5 milhões em 2012 para R$ 23,4 milhões em 2013. Boa parte desses recursos foi aplicada em estruturas de treinamentos e equipamentos para as modalidades, além da contratação de profissionais e formação de equipes de base.

Esporte escolar

O legado abrange também o esporte escolar. Entre 2011 e 2013, foram contratadas 9.817 obras de construção e cobertura de quadras em escolas em 3.807 municípios, nas 27 unidades da Federação. O investimento totalizou R$ 3,8 bilhões e mais de 5 milhões de alunos serão beneficiados quando todos os projetos estiverem finalizados. Atualmente, 1.067 obras estão concluídas, 3.768 estão em andamento e 1.913 em licitação.

Há ainda os Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs), que em breve irão se somar ao legado já em operação. Os CIEs representam o maior programa de infraestrutura para iniciação à prática esportiva em curso no país.

Serão 269 unidades, em 263 municípios das 27 Unidades da Federação, com entregas previstas para começar a partir do segundo semestre deste ano. Os CIEs fazem parte do PAC-2 e terão investimento de R$ 967 milhões do Orçamento Geral da União. Seus projetos incluem três tipos de módulos: o primeiro com ginásio, o segundo com ginásio e quadra externa, e o terceiro com ginásio e um minicomplexo de atletismo. Cada CIE oferecerá condições para que crianças e jovens possam praticar até 13 modalidades olímpicas e 6 paraolímpicas.

Um legado amplo, democrático e duradouro

Secretário executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser comemora o fato de que a 500 dias dos Jogos Olímpicos Rio 2016 muito do legado planejado já está operacional em diversas partes do país. Para ele, isso é fruto de um processo que foi pensado há vários anos, ainda na época da fase de candidatura do Brasil à sede dos Jogos de 2016. “Nós vemos com muita felicidade que a 500 dias dos Jogos o Brasil já usufrui muito do que é o legado dos Jogos. Não só utiliza como muitos resultados também já aparecem, alguns até surpreendentes”, afirma.

 “Quando nós fizemos o planejamento, o Dossiê de Candidatura, basicamente em 2008 em 2009, nós fizemos essa previsão de construir um legado para o esporte brasileiro. Não fazia sentido ter os Jogos no Brasil e o esporte não se beneficiar. E nós conseguimos, com muita felicidade, a partir de 2010, implantar esse legado planejado. No começo, foi um pouco mais devagar, com um pouco mais de restrição, e, depois, em 2012, 2013 e 2014, com muita velocidade”, lembra Leyser, que ressalta alguns aspectos marcantes do projeto de legado dos Jogos Rio 2016.

“É um legado que tem algumas características. É amplo, porque é um nacional, está previsto para todos os estados do Brasil. Por exemplo, vamos chegar em 2016 com todos os estados brasileiros com uma pista de atletismo. É um legado que também é para todas as modalidades. Todo mundo que tinha um projeto e que fazia esporte no Brasil e tinha uma Seleção Brasileira foi apoiado nesse projeto. E como fruto disso, alguns resultados apareceram. Por exemplo, o pequeno investimento que nós fizemos ao longo dos anos no tiro com arco propiciou as condições para que o Marcos Vinícius, que foi vice-campeão mundial com 16 anos, pudesse desenvolver o seu talento e conquistar o que ele conquistou. Mas não foi só o tiro com arco. Podemos falar da luta olímpica, do taekwondo, do handebol. Foram todas modalidades que foram se beneficiando desses investimentos de 2010 pra cá e conseguiram ter um desenvolvimento esportivo muito grande”, enumera.

Por último, Ricardo Leyser destaca que o mais importante do legado dos Jogos do Rio é que ele foi criado para beneficiar não só os atletas de destaque que atuam hoje, mas as futuras gerações do esporte brasileiro. “É um legado que vai passar da fronteira temporal de 2016. O que nós vemos hoje é que se beneficiam desses investimentos do Ministério do Esporte não só os atletas da elite esportiva, os da Seleção principal. Quando você tem um centro, um centro nacional, como o de saltos ornamentais da Universidade de Brasília, ou os diversos centros como os da ginástica, o que você vê? Você vê o atleta da Seleção, que foi medalhista olímpico ou que pode ser medalhista olímpico, com as gerações que vão suceder. Desde aqueles que estão no início, no começo de um trabalho de base, até aqueles que vão ser a geração de 2020, de 2024...”, encerra o secretário.

Confira exemplos de legado dos Jogos Rio 2016 que já estão em operação:

Judô
» Centro Pan-Americano de Judô – Lauro de Freitas (BA)

Ginástica artística
» Centro Nacional de Ginástica Artística – São Bernardo do Campo (SP)

Atletismo
» Pista de atletismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – São Luís (MA)
» Arena Caixa – Centro de Atletismo Prof. Oswaldo Terra – São Bernardo do Campo (SP)
» Parque do Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Natal

Saltos Ornamentais
» Centro de Saltos Ornamentais – Brasília (DF)

Ciclismo
» Velódromo – Indaiatuba (SP)

Centro Multiesportivo
» Centro Olímpico do Espírito Santo – Vitória (ES)

Luiz Roberto Magalhães - brasil2016.gov.br