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23/03/2015 15h22

500 dias: Itamaraty prepara a recepção a mais de 200 nações

Para o ministro Mauro Vieira, Olimpíada mostrará os alicerces de uma sociedade livre e inclusiva

Além de atletas, delegações, funcionários da organização do evento e turistas, o Brasil receberá, durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, chefes de estado e autoridades de mais de 200 nações. Para recepcionar cidadãos de tantas culturas diferentes, o Ministério das Relações Exteriores já tem todo um planejamento e uma rede de relações externas pronta para atuar na transmissão e coleta de informações importantes para a realização dos Jogos.

A 500 dias das Olimpíadas, o ministro Mauro Vieira detalha a preparação da pasta para os Jogos, e afirma que a realização de mais um grande evento esportivo, além de ser facilitada pelas experiências anteriores, representará a consolidação de um ciclo de atuação do Brasil como agente no cenário internacional e servirá para mostrar mais uma vez ao mundo os alicerces de uma sociedade livre e inclusiva. 

Preparação para os Jogos

Sediar os Jogos Olímpicos é uma grande honra e um privilégio. Desde o momento que foi anunciada a candidatura, o governo brasileiro começou a se preparar e a tomar uma série de medidas indispensáveis para a realização dos Jogos. Com o anúncio de que o Rio de Janeiro foi a cidade vencedora, os preparativos se intensificaram e o governo brasileiro teve ocasião de sediar uma série de grandes eventos esportivos, começando em 2007, com o Pan-Americano. Depois tivemos a Copa das Confederações, os Jogos Mundiais Militares e a Copa do Mundo do ano passado. Com todos esses eventos o Brasil completa um ciclo importante e tenho certeza que o grande anfitrião da Olimpíada, que é o povo brasileiro, receberá de braços abertos e com receptividade calorosa e próxima de todos os estrangeiros que nos visitarem.

Experiência em grandes eventos

Na Copa do Mundo, a participação de países é mais reduzida e distribuída em 12 cidades. Nas Olimpíadas, o certame é concentrado em uma só cidade, o que demanda uma preparação especial e intensa. O Rio de Janeiro está preparado, com seu cronograma em dia. E o Rio de Janeiro também sediou parte dos grandes eventos, inclusive a Jornada Mundial da Juventude, que foi realmente um grande teste, reunindo mais de 2 milhões de visitantes  num período muito curto de uma semana. Para a Copa do Mundo são 32 países, para as Olimpíadas sendo em torno de 200, o que envolve visitas de chefes de estado, chefes de governo, que demandará também uma preparação e uma série de mecanismos especiais para recepcionar os chefes de Estado. Mas estamos prontos. Os governos federal, estadual e municipal estão intensamente empenhados. No que nos toca, estamos empenhados e trabalhando desde o ponto de vista protocolar e de cerimonial, como também no apoio e na comunicação com os outros países através de uma unidade administrativa que foi criada prévia à Copa do Mundo e que será mantida e continuada durante  a preparação para as Olimpíadas. Seguramente será uma unidade nova do Itamaraty, permanente e não só para esse período, porque o esporte faz parte da diplomacia. Podemos falar de diplomacia esportiva.

MRE

Legado

Não há dúvidas de que organizar um evento esportivo dessa natureza envolve esforço, mas também deixa um legado grande. O Brasil é a primeira vez que sediará um evento esportivo da magnitude das Olimpíadas, e pela primeira vez na America do Sul. Estamos em cooperação constante com todos os nossos grandes parceiros, no continente, na Europa e na Ásia, e assinamos uma série de memorandos de entendimentos, de acordos de cooperação com esses países para haver um conhecimento mais próximo e uma transferência de tecnologia em alguns casos, no que diz respeito à infraestrutura, à construção de apoio para os Jogos, à questão de organização de visitas de chefes de Estado, recebimento de um numero tão grande de turistas num período tão concentrado e numa cidade. Nós temos 227 instalações no exterior, entre embaixadas e consulados, e todos estão mobilizados para serem atores importantes não só no atendimento prévio aos turistas que venham ao Brasil, mas na coleta de dados e informações que são importantes para o governo brasileiro.

Facilitação de vistos

Para a Copa, foi criado um mecanismo e da mesma forma será criado para as Olimpíadas. Na Copa do Mundo tivemos mais de um milhão de turistas estrangeiros, foram concedidos mais de 100 mil vistos. Creio que teremos um número muito grande de turistas para o período das Olimpíadas e criaremos mecanismos de concessão rápida dos vistos. Para a chamada família olímpica existe já um mecanismo rápido. Contanto que tenham um passaporte e a credencial olímpica, os funcionários do Comitê Olímpico Internacional e os atletas terão automaticamente os vistos, no caso de serem necessários. No caso de turistas, os que forem originários de países dos quais pedimos vistos, terão também esses vistos processados de forma rápida. Vão ser reproduzidos os mesmos mecanismos que fizemos na ocasião da Copa, habilitando os consulados e as embaixadas para num período curto de tempo concederem um número elevado de vistos.

Receptividade brasileira

É uma grande honra para o Brasil receber e ser anfitrião de um evento tão grande e de impacto mundial. As Olimpíadas são sem dúvida o evento mais assistido do mundo e essa concentração de três ou quatro semanas vai por o foco do mundo no Rio de Janeiro e no Brasil. Eu creio que seja um momento fundamental. É um momento especial que o povo brasileiro terá para mostrar que é aberto à visita de estrangeiros, que é um povo pacífico, que é uma sociedade livre, multirracial e inclusiva. Eu creio que já demos demonstrações nos eventos passados de que estamos preparados e que saberemos valorizar esse momento que será de grande exposição para o Brasil.

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Mateus Baeta - brasil2016.gov.br