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23/03/2015 15h21

500 dias: Embratur espera até 400 mil estrangeiros nos Jogos

Presidente do Instituto Brasileiro de Turismo, Vicente Neto explica que o Goal to Brasil, criado para atrair visitantes ao país na Copa, será reeditado com participação de atletas olímpicos e paraolímpicos

Com o objetivo de divulgar o Brasil no exterior e convidar os turistas para a Copa do Mundo, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) percorreu 17 países até o ano passado. A campanha, intitulada Goal to Brasil, ganhará novo formato com foco nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. A nova versão terá a participação de atletas das modalidades que compõem o programa das competições e terá início nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho.

A expectativa é que o Brasil atraia de 380 a 400 mil estrangeiros, número que a Embratur tenta ampliar com a participação em feiras internacionais, tendo os Jogos como pauta principal. Outro desafio é prolongar a permanência dos turistas no país, sobretudo pela realização dos Jogos Paraolímpicos.

Confira a entrevista:

Legados e experiências

O Brasil escolheu o esporte como uma de suas plataformas de divulgação no exterior. A nossa imagem lá fora tem sido cada vez mais a de um país diverso, continental, com povo hospitaleiro, inovações e um farto leque de destinos e produtos turísticos. Ter realizado os Jogos Mundiais Militares, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e poder realizar neste ano os Jogos Mundiais Indígenas e no ano que vem os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos têm colocado o Brasil nesse circuito, o que nos ajuda muito em termos de imagem. Para o turismo, ter realizado a Copa significou uma superexposição da imagem do Brasil e estamos colhendo os frutos agora. Acabamos de participar da ITB (InternationalTourism Exchange), maior feira do mundo de turismo, e verificamos como o Brasil está na moda e é objeto da curiosidade do mundo inteiro, graças a essa grande exposição a que fomos submetidos.

Destino mundial de eventos

Estamos em nono lugar no ranking da ICCA (International Congress and Convention Association), agência mundial que classifica os países em termos de captação de eventos corporativos. É uma satisfação ter saltado do 19º para o nono lugar em uma década e ter garantido a diversificação da realização desses eventos em todo o território nacional, porque antes eles estavam concentrados em uma ou duas regiões. Temos perseverado na busca desses eventos porque eles garantem a entrada de divisas. Fechamos 2013 com US$ 6.7 bilhões em divisas e 2014 com um número próximo a US$ 7 bilhões. Isso garante geração de emprego e renda. Mais de oito milhões de brasileiros trabalham na cadeia do turismo. Os empresários que constroem hotéis e equipamentos turísticos, o governo que induz e fomenta a realização de eventos e a construção de infraestrutura para que o turismo se desenvolva acabam colocando para a economia dados importantes, injetando recursos importantes para que o país se beneficie dessa grande indústria limpa que é o turismo.Embratur

Promoção do país no exterior

Realizamos em parceria com o Ministério do Esporte um grande programa antes da Copa do Mundo, chamado Goal to Brasil. Fomos a 17 países e fizemos o convite a este país grande, diverso, bonito, com o mote da Copa do Mundo. O mesmo programa vai ser efetivado a partir de agora para que tenhamos a divulgação nesses mercados prioritários, convidando os turistas para estarem nos Jogos Olímpicos e também antes e depois, para conhecerem o que temos a oferecer, experimentarem o Brasil,conhecerem o jeito brasileiro de ser, que tem encantado as pessoas mundo afora e mostrado nas pesquisas que fazemos que esse é o principal diferencial do turismo internacional que o Brasil desenvolve.

Goal to Brasil

Vamos manter o nome, e a ideia é convidar atletas olímpicos e paraolímpicos, do passado e do presente, para visitarem o Brasil. Levaremos também atletas brasileiros dessas modalidades que estão nos Jogos para visitarem os países falando sobre o nosso país. É uma forma de você interagir o esporte com o turismo, assim foi no Goal to Brasil(na Copa). A matriz era o futebol, portanto foram atletas do futebol. Agora levaremos atletas de modalidades distintas, em parceria com o Ministério do Esporte. O início desse processo deve ser nos Jogos Pan-Americanos do Canadá, mas também teremos ações no Rock in Rio Las Vegas, pois o mercado americano é importante. É um país que conquista muitas medalhas e que tem interesse em participar desses Jogos, com atletas e confederações que estarão no Rio de Janeiro e em outros estados acomodando-se e aclimatando-se. Portanto, temos duas iniciativas neste primeiro semestre, que já refletem a ação do novo Goal to Brasil.

Além do Rio

Turistas do mundo inteiro visitaram cidades brasileiras durante a Copa. Vieram ao Brasil 1 milhão de pessoas, que foram a mais de 490 destinos. A Embratur faz hoje uma promoção com vistas aos Jogos Olímpicos e que envolve todo o país. Acabamos de realizar a reunião nacional dos secretários estaduais de turismo e faremos ações conjuntas com os estados, tendo o Rio como matriz principal. Faremos ações que vão irradiar por todo o país, para que as pessoas venham ao Rio e possam, a partir do Rio, conhecê-lo, mas também visitar outros destinos brasileiros igualmente importantes. Em um país continental é fundamental termos essa diversificação. E temos encontrado parcerias importantes: a malha aérea brasileira que se diversificou, as redes hoteleiras oferecendo pacotes importantes, dentro e fora do período dos Jogos. É uma ação conjunta que pretende envolver o país inteiro.

Perfil do estrangeiro

Diferentemente da Copa do Mundo, onde além dos times de futebol você tem os torcedores fanáticos que se amontoaram e abrilhantaram a grande festa, nos Jogos Olímpicos a tradição é ter atletas, comissões técnicas e a chamada família olímpica. Então não é um turismo massivo, como é aquele que acompanha as Copas, mas há interesse, pacotes e fluxos turísticos que já foram medidos em edições anteriores nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, e que nos dão a dimensão de que, além da família olímpica, teremos um contingente que pode somar entre 380 e 400 mil turistas. É o número com que estamos trabalhando, mas, além disso, temos a expectativa de termos a ampliação desse número com ações focadas em operadores, na imprensa internacional, e nessas ações que temos feito nas feiras da Embratur.

Principais países

Na série histórica dos últimos Jogos, grandes países que disputam o topo da quantidade de medalhas, como Estados Unidos, Canadá, Rússia e China, estarão garantindo naturalmente essa presença, diferentemente do que acontece em modalidades específicas, como o futebol. Para a Copa, veio um número bem maior de norte-americanos dos Estados Unidos do que do Canadá. Para os Jogos Olímpicos há um equilíbrio. Além disso, teremos os países da América Latina e da América do Sul, em especial pela proximidade geográfica. A expectativa é de um público com o perfil diferente em função da sua matriz de moradia.

Permanência do Turista

Este é um dos principais desafios que enfrentamos: trazer o turista de fora e fazer com que ele permaneça mais dias. Isso significa, naturalmente, deixar mais recursos na economia nacional, garantir a permanência do emprego temporário por maior período na cadeia do turismo e permitir que esse turista conheça mais o país. Ter Jogos Olímpicos e Paraolímpicos propicia essa possibilidade de permanência maior e é exatamente em cima dessa estratégia que temos agido nos eventos internacionais de turismo de que participamos. Não é fácil, porque isso significa um custo maior da viagem daquele que se desloca, mas é o nosso objetivo.

Pós-2016

Nossa ação internacional tem sido pautada pelos Jogos de 2016. O ano olímpico não se restringe ao período em que os Jogos ocorrem, convidando os turistas internacionais a visitarem o Brasil com o mote dos Jogos, mas tendo a realização do evento como pano de fundo de um calendário que se estende por um ano inteiro. O Nordeste ensolarado é de janeiro a dezembro, o ecoturismo feito no Brasil, em várias regiões do país, ocorre em qualquer período, nós temos fluxo de turismo religioso crescente nos últimos anos, turismo ligado a atividades esportivas ocorrendo no curso do ano inteiro. Há um evento específico num período, mas queremos preencher o ano inteiro para que os hotéis continuem cheios, os restaurantes possam vender, os taxistas possam alugar sua força de trabalho durante todo o ano. A estratégia é diluir durante o ano essa vinda de turistas de outros países.Na Copa do Mundo, verificamos o fenômeno de uma alta estação fora de época. A ideia é fazer a mesma coisa com os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Na pesquisa que fizemos durante a Copa, 95% dos visitantes que vieram ao país pela primeira vez disseram que gostariam de voltar. Fidelizar é seduzir, convidar e fazer com que esse turista volte, divulgue lá fora, fale para os seus amigos das belezas que temos a mostrar.

Expectativa

A expectativa é, assim como fizemos com a Copa, de entregarmos um evento em nível mundial irretocável, e garantirmos a permanência do Brasil nessa exposição que temos feito em um plano mundial como um país que se apresenta como um país novo, moderno, capaz de realizar, de executar eventos internacionais e de cuidar também do turismo nacional.

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Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br