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Geral

07/04/2016 19h18

Preparação

“É um marco histórico”, diz diretor do Rio 2016 na entrega dos planos de segurança

Detalhamento de ações está nos 54 Planos de Segurança Pública e Ordenamento Urbano entregues ao Comitê Organizador nesta quinta, a quatro meses dos Jogos

Andrei Rodrigues discursa na entrega dos PISOU ao Comitê Rio 2016. Foto: Divulgação/Sesge

Os 54 Planos Integrados de Segurança Pública e Ordenamento Urbano (PISOU) para as instalações olímpicas do Rio de Janeiro foram entregues, nesta quinta-feira (07.04), pelas autoridades dos três níveis de governo ao Comitê Organizador Rio 2016.

Os documentos são resultado de 18 meses de trabalho de 20 órgãos de segurança, defesa e inteligência, além de representantes do Comitê Organizador no âmbito da Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (Coesrio2016). Ao longo de mais de 450 sessões, cerca de 160 pessoas detalharam as 215 ações que devem ser colocadas em prática em cada instalação que ficará a cargo das forças públicas de segurança, como os locais de treinamento, as áreas de competição no Rio, além de instalações como Vila Olímpica, Vila dos Árbitros, Centro Principal de Mídia (MPC) e Centro Internacional de Transmissão (IBC).

No evento de entrega, na sede do Rio 2016, o diretor de Segurança do Comitê Organizador, Luiz Fernando Corrêa, ressaltou que a construção dos planos foi feita de forma integrada. Ele classificou a entrega dos PISOU a quatro meses dos Jogos como um marco na história do megaevento.

“Não existe plano de segurança de comitê e de governo, existe um Plano de Segurança para os Jogos, que tem papéis de governo e papéis de Comitê Organizador, e onde isso mais se manifesta é nos planos de segurança das instalações, que foram entregues hoje. Estamos com essa antecedência confortável, com os planos prontos e alinhados com a operação Rio 2016. Nós os recebemos com satisfação e é um marco na história dos Jogos essa antecedência e rigor científico desses planos”, afirmou Corrêa.

Detalhamento

O secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge-MJ), Andrei Rodrigues, explicou que cada PISOU detalha aspectos como o calendário de cada instalação, que tipo de competição, a capacidade de público, onde e como são os acessos, qual o papel das instituições, o posicionamento dos profissionais, o que fazem, a quem se reportam, e como é a estrutura de comando e controle daquele local. 

Cada PISOU tem 17 anexos. Um dos anexos, por exemplo, é a planta da instalação, onde estão especificadas as posições de cada agente de segurança, defesa ou inteligência. Em outro dos anexos está o chamado ‘minuto a minuto’, com a definição dos horários de chegada dos efetivos e da ativação de controle de acessos.

“Já havíamos apresentado em outubro passado o plano estratégico mais global, e um plano tático que determina quais instituições fazem quais ações. Agora apresentamos o detalhamento do dia a dia de cada instalação”, disse Rodrigues.

Segundo Frank Márcio de Oliveira, superintendente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no Rio, o nível de detalhamento dos planos é inédito e permite “uma tranquilidade muito grande” no trabalho. Já o chefe da Assessoria Especial de Grandes Eventos  do Ministério da Defesa, general Luiz Felipe Linhares Gomes, destacou que o plano de segurança não serve só para os Jogos Olímpicos. “É um plano para o Brasil, para os grandes eventos e para qualquer atuação conjunta daqui pra frente”, disse.

Nas demais sedes do futebol olímpico – Manaus, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Salvador – haverá um PISOU para o estádio, o hotel de referência e os dois centros de treinamento. Os documentos estão sendo finalizados.

Centros integrados

Durante os Jogos, um complexo sistema de centros integrados de comando e controle estará em funcionamento. Além do centro nacional e dos regionais – um para cada cidade-sede, legados da Copa 2014 –, cada área olímpica no Rio (Maracanã, Barra, Copacabana e Deodoro) terá um Centro Integrado de Comando e Controle Setorial (CICCS).

Dentro das instalações olímpicas, haverá ainda Centros Integrados de Segurança da Instalação (CISI): são nove em Deodoro, quatro na região Maracanã, quatro nas instalações de Copacabana e outros dez para a região da Barra. Cada estádio das sedes do futebol também terá um CISI. Complementando o chamado Sistema Integrado de Comando e Controle, também serão ativados para os Jogos o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) e o Centro Integrado Antiterrorismo (CIANT).

“Nós trazemos  o conceito do Centro Integrado Antiterrorismo, que haverá pela primeira vez na história dos Jogos, recebendo policiais estrangeiros com experiência na área de enfrentamento ao terrorismo. Estamos alicerçados na Cooperação Internacional pelo sistema Interpol, do qual o Brasil faz parte com 190 países, com cooperações bilaterais, com o Programa de Observadores, com investimento, com capacitação”, destacou Andrei Rodrigues.

“O cenário global atual é preocupante e nós não podemos ficar indiferentes a acontecimentos como na França e na Bélgica. Quando nos dispusemos a receber os Jogos e a fazer a segurança, já estávamos num alto nível de preparação. Não mudamos nossos planos em relação aos acontecidos. Estamos apenas cada vez mais alertas, cada vez mais atentos a todos os cenários”, finalizou o secretário.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br