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14/07/2019 09h13

Nápoles 2019

100% dos ouros na melhor campanha do Brasil na Universíade vieram com integrantes do Bolsa Atleta

Além dos cinco títulos, 76% das 17 medalhas tiveram beneficiários do programa federal. Participação nacional foi custeada por R$ 3,3 milhões do Ministério da Cidadania

O Brasil participou da 30ª Universíade, em Nápoles, na Itália, com uma delegação de 116 atletas. O número é quase a metade da edição passada, quando 214 atletas representaram o país em Taipei-2017. A estratégia da Confederação Brasileira de Esporte Universitário (CBDU) foi apostar em uma equipe enxuta e em modalidades em que o Brasil tradicionalmente tem bons resultados: atletismo, natação, judô, taekwondo, ginástica artística, futebol e vôlei.

Com exceção do vôlei, que ficou em sexto no feminino e em 12º no masculino, o Brasil conquistou medalhas em todas as outras modalidades e garantiu sua melhor campanha na história da competição. O grande destaque foi o atletismo, com quatro ouros, uma prata e dois bronzes, mas o país também fez história na natação – Jhennifer Alves se tornou a primeira brasileira a conquistar um ouro na piscina em Universíades – e no futebol – pela primeira vez o time masculino chegou a uma final e terminou com a prata. Além disso, foram três bronzes no judô, mais uma prata e dois bronzes na natação, um bronze na ginástica artística e um bronze no taekwondo.

O velocista Paulo André (E) foi o grande nome do Brasil, com ouros nos 100m e 200m. Nos 100m, com direito a dobradinha com Rodrigo Nascimento, bronze. Foto: Raul Vasconcelos/rededoesporte.gov.br
“O Bolsa Atleta nos dá um suporte para investir em nós mesmos, na compra de suplementos, com massoterapeuta, no que a gente precise.  É indispensável para o alto rendimento”
Alison Santos, ouro nos 400m com barreiras

Com 17 medalhas conquistadas (cinco ouros, três pratas e nove bronzes), o Brasil terminou a Universíade 2019 em 13º no quadro de medalhas, a melhor colocação da história. Há dois anos, o país havia conquistado 12: duas de ouro, quatro de prata e seis de bronze.

Investimento

A campanha em Nápoles teve investimento direto da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, que repassou R$ 3,3 milhões à CBDU para custear a participação brasileira. Além disso, dos 116 atletas que o Brasil enviou para Nápoles, 38 são beneficiados pelo Bolsa Atleta. Se o recorte for apenas das modalidades individuais (judô, natação, ginástica artística, taekwondo e atletismo), o número de atletas é de 54, dos quais 33 (61%) são bolsistas.

A relevância do programa se expressa nos resultados. Das 17 medalhas brasileiras em Nápoles, 13 (76%) vieram com beneficiados pelo Bolsa Atleta, incluindo 100% dos medalhistas de ouro: Paulo André (100 e 200m) e Alison Santos (400m com barreiras) recebem a bolsa da categoria Internacional, Jhennifer Alves (50m peito da natação) está na categoria Olímpica e Gabriel Constantino (110m com barreiras) recebe a Bolsa Pódio, a principal.

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“É um benefício que hoje me faz ter uma condição de vida muito melhor. Eu consigo comprar minhas coisas para o esporte e reservar verba para as viagens. É um benefício que muda a vida de muitos atletas”, avalia Gabriel Constantino, que se prepara para os Jogos Pan-Americanos de Lima, entre 26 de julho e 11 de agosto, no Peru, e para o Mundial de Atletismo de Doha, no Catar, entre 27 de setembro e 6 de outubro.

“É importantíssimo esse apoio. E é motivador: você quer mais, quer aquela categoria acima.  Eu falo com os meninos que a gente tem que continuar a correr para ter cada vez mais apoio”, brinca o velocista Paulo André. “O Bolsa Atleta nos dá um suporte para investir em nós mesmos, na compra de suplementos, com massoterapeuta, no que a gente precise.  É indispensável para o alto rendimento”, reforça Alison Santos.

Para Jhennifer Alves, o incentivo é essencial para que ela possa competir fora do país. “Eu guardei alguns anos para bancar minhas viagens no último mês aqui na Europa. Vi que tinha que sair do Brasil para competir com os grandes nomes da natação e baixar meus tempos. Utilizei esse apoio do Bolsa Atleta e sou eternamente grata”, conta.   

“Nossa plataforma é formar pessoas dentro do ambiente universitário com valores do esporte. Muitos atletas que sairão daqui serão a realidade do esporte brasileiro e todos serão ótimos profissionais”
Luciano Cabral, presidente da CBDU

O ginasta Luis Guilherme Porto, bronze no salto na Universíade, utiliza o benefício para comprar materiais para treino. “A gente precisa para comprar equipamentos que a gente usa, por exemplo munhequeiras, sapatilhas... E o Bolsa Atleta ajuda muito para a gente poder ter esses equipamentos de alta qualidade”.

80 anos

A marca histórica brasileira no megaevento veio em um ano de grande simbolismo para o esporte universitário brasileiro. Em 2019 a CBDU completa 80 anos de fundação. “Estamos completando 80 anos, e para a nossa felicidade essa é a melhor participação do Brasil em Universíades”, afirmou o presidente da CBDU, Luciano Cabral. 

Além do recorde de medalhas, Luciano destacou a experiência internacional que os atletas tiveram. “Temos esse papel de ser a última fase de aprimoramento para o alto rendimento, porque aqui competem alguns dos melhores do mundo. Os atletas que estão iniciando na alta performance têm a possibilidade de vir aqui e desenvolver sua performance esportiva”.

O presidente da CBDU também fez questão de lembrar que a formação dos atletas universitários não se limita à parte esportiva. “Nossa plataforma é formar pessoas dentro do ambiente universitário com valores do esporte. O sentimento é de dever cumprido. Muitos atletas que sairão daqui serão a realidade do esporte brasileiro e todos serão ótimos profissionais e vão liderar nosso país tendo vivido essa experiência extraordinária”, completou.

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Mateus Baeta, de Nápoles, na Itália - rededoesporte.gov.br