Pequim-2008

Recordes na China

Os reflexos dos investimentos no paradesporto nacional, frutos de verbas decorrentes da Lei Agnelo/Piva, sancionada em 2001, renderam ótimos frutos já nos Jogos Paraolímpicos de 2004, em Atenas, quando o Brasil conquistou o recorde de 14 medalhas de ouro e voltou para casa com 33 medalhas na bagagem (foram 12 de prata e 7 de bronze). Se a 14ª posição no ranking geral na Grécia já significava motivo de alegria, o resultado final dos Jogos em Pequim colocou o Brasil entre as 10 maiores potências do paradesporto nacional. Aos recursos da Lei Agnelo/Piva somaram-se outros programas do governo federal para o incentivo do esporte, como o Patrocínio da Caixa Econômica Federal, que passou a apoiar o Comitê Paraolímpico Brasileiro em 2004 e os convênios com o Ministério do Esporte, entre outros.  Com isso, a participação nos Jogos Paraolímpicos de Pequim foram ainda mais impressionantes do que em Atenas. O Brasil conquistou 47 medalhas, sendo 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze. Resultado? Pela primeira vez na história o Brasil encerrou sua participação em uma Paraolimpíada entre os 10 primeiros do quadro de medalhas, terminando na 9ª colocação.

Rei das piscinas

Nascido em Campinas (SP), em 24 de maio de 1988, o nadador Daniel Dias se tornou uma frequentador assíduo no pódio das Paraolimpíadas de Pequim. Ao todo, foram seis medalhas na classe S5 (limitações físico-motoras), das quais quatro de ouro (100m e 200m livres; 50m costas e 200m medley), quatro de prata (100m peito, 50m livre, 50m borboleta e revezamento 4 x 50m medley) e uma de bronze (revezamento 4 x 50m livre). O sucesso em Pequim foi fundamental para que Daniel Dias recebesse, em 2009, em Londres, o Prêmio Laureus, considerado o Oscar do esporte, como melhor atleta com deficiência.

CPB/Divulgação
CPB/Divulgação # Em Pequim, Daniel Dias deu início à sua conquista de medalhas nos Jogos
Em Pequim, Daniel Dias deu início à sua conquista de medalhas nos Jogos


Quatro outros para Brasil

Daniel Dias, entretanto, não foi o único a brilhar nas piscinas do Cubo Mágico (como ficou conhecido o Parque Aquático de Pequim). Nascido no Rio de Janeiro, em 23 de maio de 1984, André Brasil conquistou quatro medalhas de ouro na classe S10 (limitações físico-motoras). Ele brilhou nas provas de 50m, 100m e 400m livre e nos 100m borboleta, e ainda foi prata nos 200m medley.

CPB/Divulgação
CPB/Divulgação # André Brasil somou mais quatro medalhas de ouro para o país em Pequim
André Brasil somou mais quatro medalhas de ouro para o país em Pequim


Lucas brilha no atletismo

Nascido em Poxoréu (MT), em 27 de maio de 1985, Lucas Prado foi soberano nas provas de velocidade da classe T11 (deficientes visuais) e conquistou o ouro nos 100m, 200m e 400m. Com isso, Lucas foi fundamental para que o Brasil chegasse a 16 medalhas de ouro em Pequim e, assim, conseguisse terminar a competição entre os 10 melhores do planeta. Juntos, Daniel Dias, André Brasil e Lucas Prado responderam por 11 das 16 medalhas douradas conquistadas pelo Brasil na China.


CPB/Divulgação
CPB/Divulgação # Lucas Prado faturou três medalhas de ouro no atletismo em Pequim
Lucas Prado faturou três medalhas de ouro no atletismo em Pequim


Tenório é tetra

Nas Paraolimpíadas de Pequim o paulista Antônio Tenório sagrou-se tetracampeão paraolímpico. Após triunfar em Atlanta-1996, Sidney-2000 e Atenas-2004, ele conquistou sua quarta medalha de ouro na Inglaterra, firmando-se como o maior judoca paraolímpico do Brasil e único, até aqui, a ter conseguido conquistar medalhas douradas nos Jogos.

 

Classificação por total de medalhas

* Ouro – Atletismo Lucas Prado (100m, 200m e 400m, classe T11) e Terezinha Guilhermina (200m, classe T11) – Bocha Dirceu Pinto (individual, classe BC4) e Dirceu Pinto e Eliseu Santos (duplas, classe BC4) – Futebol de 5 time: Ricardo Alves, Andreonni Farias Rego, Marcos Felipe, Jefferson Goncalves, Mizael Oliveira, Damião Ramos, Fabio Ribeiro Vasconcelos, João Batista Silva, Severino Silva e Sandro Soares – Judô Antônio Tenório da Silva (até 100kg) – Natação Daniel Dias (100m e 200m livres; 50m costas e 200m medley, classe S5) e André Brasil (50m, 100m e 400m livre e nos 100m borboleta, classe S10)
Prata Atletismo Shirlene Coelho (arremesso de dardo, classe F35-38), Terezinha Guilhermina (100m, classe T11), revezamento 4 x 100m, classe T42-46 (com Yohansson Nascimento, Alan Oliveira, André Luiz Oliveira e Claudemir Santos), Tito Sena (maratona, classe T46) – Judô Karla Cardoso (até 48kg), Deanne Silva (até 70kg) – Natação Daniel Dias (50m livre, 50m borboleta e 100m peito), Phelipe Rodrigues (50m e 100m livres, classe S10), André Brasil (200m medley, classe S10) e revezamento 4 x 50m medley (com Daniel Dias, Clodoaldo Silva, Luis Silva e Ivanildo Vasconcelos) – Tênis de mesa Welder Knaf e Luiz Algacir Silva (por equipe, classe C3)
Bronze Atletismo Odair Santos (800m, 5.000m e 10.000m, classe T12 e T13), Terezinha Guilhermina (400m, classe T12), Yohansson Nascimento (100m, classe T46), Adria Santos (100m, classe T11) e Jerusa Santos (200m, classe T11) – Bocha Eliseu Santos (individual, classe BC4) – Hipismo Marcos Alves (adestramento estilo livre e adestramento individual, classe Ib) – Judô Michelle Ferreira (até 52kg) e Daniele Silva (até 57kg) – Remo Josiane Lima  e Elton Santana (dupla mista) – Natação Verônica Almeida (50m borboleta, classse S7), Fabiana Sugimori (50m livre, classe S11), Edenia Garcia (50m livre, classe S4) e revezamento 4 x 50m livre (com Daniel Dias, Adriano Lima, Joon Seo e Clodoaldo Silva)