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Geral

26/08/2016 20h24

CASA BRASIL

Campanha Filhos do Brasil vai combater intolerância religiosa em todo o país

Lançada na Casa Brasil, no Rio, campanha tem cantor e compositor Arlindo Cruz como embaixador

Foi lançada nesta sexta-feira (26/8), na Casa Brasil, no Rio de Janeiro, a campanha Filhos do Brasil, uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) e Fundação Cultural Palmares (FCP). Com a presença do presidente da Fundação, Erivaldo Oliveira, de líderes religiosos e do embaixador da campanha, o cantor e compositor Arlindo Cruz, o evento apresentou várias peças para difundir a tolerância e a diversidade religiosa. A campanha terá inserções de 30" na TV e de 2' na Internet, além de um conjunto de depoimentos na página da campanha http://www.cultura.gov.br/filhosdobrasil.

O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Erivaldo Oliveira, saudou a importância do lançamento no Rio, "celeiro de grandes matrizes africanas e um dos estados mais negros do Brasil". Segundo ele, a iniciativa será itinerante e deverá levar o combate à discriminação como política pública a todas as regiões do país.

Entre as propostas em andamento, a Fundação Palmares negocia com as secretarias estaduais de segurança pública a criação de delegacias de crimes de discriminação. O objetivo é estender para outros estados a iniciativa bem-sucedida da delegacia criada há oito meses no Distrito Federal (DF). "Gostaria que não fosse preciso, mas infelizmente é necessário", disse Oliveira. Desde 1989, a Lei 7.716 prevê pena de reclusão de dois a cinco anos a quem cometer crime de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

O cantor e compositor Arlindo Cruz, embaixador da campanha Filhos do Brasil, disse que aprendeu dentro da sua própria religião - a umbanda - a respeitar toda e qualquer manifestação negra. Nos últimos anos, os casos de violência contra praticantes de religiões afro-brasileiras têm se tornado cada vez mais frequentes. Além de ataques pessoais, atentados a terreiros e destruição do patrimônio dos seguidores de religiões de matriz africana - como candomblé e umbanda - marcaram o ano de 2015. "Mais do que religião, são manifestações culturais do nosso país. É preciso lembrar que a história do negro está bastante ligada aos terreiros de candomblé. Por tudo isso, tenho muito orgulho de ser embaixador dessa campanha, porque somos todos filhos do Brasil", disse o músico.

O rabino Dario Bialer, representante da Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro, destacou que, num mundo com profunda intolerância e fanatismo, as causas não podem ser individuais. "Temos de estar juntos para construir um mundo muito mais humano. Diferenças na vida precisam não apenas ser toleradas e respeitadas, mas celebradas", defendeu o rabino. O líder islâmico Sheikh Adam Muhammad observou que os muçulmanos sentem isso na pele. "O que está acontecendo hoje é lamentável e só acontece porque alguns desconhecem a importância da religião. Só os que desconhecem o islamismo ligam o terrorismo com o Islã", afirmou.

Equipe Casa Brasil